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Comissão eleitoral faz balanço positivo sobre votação em Angola

10:59 | 01/09/2012
Correntes políticas têm posições diferentes sobre andamento da eleição presidencial no país. MPLA admite que houve "dificuldades". Alguns observadores internacionais já consideram o processo eleitoral "satisfatório". A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de Angola fez um balanço positivo das eleições presidenciais realizadas nesta sexta-feira (31/08). Em Luanda, após o encerramento da votação, o presidente da CNE, André da Silva Neto, reconheceu a existência de alguns "constrangimentos", mas, segundo ele, não houve maiores consequências para o processo. Os resultados oficiais devem ser divulgados apenas em 15 dias. "Levamos igualmente ao conhecimento de vocês que tivemos, como é natural em qualquer processo eleitoral, constrangimentos de várias ordens, que têm sido pontualmente resolvidos, não pondo, por isso, em causa o processo eleitoral", afirmou Neto. Também o chefe da missão de observadores da União Africana, Pedro Pires, considerou que a organização das eleições gerais angolanas foi "satisfatória" e que o estado de espírito dos eleitores foi "bom". O ex-presidente de Cabo Verde afirmou ainda que "todos estão de acordo que as eleições deste ano foram melhor organizadas do que as de 2008". Opinião compartilhada também pelo deputado federal Dr. Rosinha, do PT do Paraná, um dos 700 observadores internacionais que acompanharam as eleições. Representante do Parlamento do Mercosul, o deputado brasileiro disse que as eleições foram "bem organizadas" e que decorreram em "clima de tranquilidade". MPLA satisfeito O partido majoritário Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) admitiu a existência de "dificuldades" no processo conduzido pela CNE, especialmente em relação ao credenciamento dos delegados dos partidos nas mesas de voto. Esta foi uma das principais queixas da oposição, em particular da União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita). Apesar disso, Rui Falcão, porta-voz do MPLA, exaltou a organização do pleito. "Foi um ato cívico de grande dimensão, que honra o povo angolano, que honra Angola e que nos catapulta para os países mais organizados do continente. E é isso que é relevante dizer hoje". No encontro com os jornalistas, Rui Falcão lançou críticas à oposição angolana, principalmente à Unita. Considerado o maior partido da oposição angolana, a Unita, recuou na decisão de participar das eleições na noite de quinta-feira. Na opinião do porta-voz do MPLA, o partido opositor não estava preparado para o pleito. A Unita quis boicotar estas eleições. Não se preparou exatamente por isso, porque acreditou que seria possível boicotar o processo. A Unita não teve outra alternativa senão recuar. Claro, isso não significa que terá abandonado a sua estratégia, disse o porta-voz do MPLA. Oposição dividida O movimento das seções eleitorais foi bastante diverso. Enquanto algumas ficaram vazias boa parte de tempo, outras acumulavam grandes filas. Várias denúncias de irregularidades começaram a chegar de diversas parte do país. Alguns eleitores chegavam às mesas de voto e eram indicados a votar em outro ponto, afastado do seu local de residência. Após a abertura das urnas, Isaías Samakuva, presidente da Unita, anunciou que pretende impugnar as eleições angolanas devido a irregularidades que ele afirmou existirem no processo eleitoral. De acordo com Samakuva, a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) não entregou credenciais a mais de dois mil dos delegados da Unita e, por isso, o partido não poderá checar a veracidade dos resultados. Abel Chivukuvuku, presidente da coligação Convergência Ampla de Salvação de Angola (Casa-CE), também apresentou queixas ao votar no centro da capital. Ele disse que o credenciamento dos representantes da sua lista nas mesas de voto foi "atabalhoada". O presidente da coligação Conselho Político da Oposição (CPO), Anastassio Finda, entretanto, mostrou-se satisfeito com o processo. "Foi positivo. Houve uma organização superior a de 2008" disse. Autores: Glória Souza/ António Cascais Revisão: Mariana Santos

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