Chineses protestam contra Japão para marcar invasão
Reunidas diante da representação diplomática japonesa na capital chinesa, milhares de pessoas entoavam gritos patrióticos e exigiam boicote a produtos comprados do Japão. Algumas pessoas chegaram a atirar, frutas, garrafinhas d'água e ovos contra a embaixada.
A polícia chinesa protegeu a embaixada com três cordões de isolamento formados por uma força paramilitar e barricadas de metal. Os chineses protestavam contra a invasão da Mandchúria pelo Japão em 1931.
Segundo a agência de notícias Kyodo, manifestantes atiraram pedras e tijolos contra o consulado japonês em Shenyang, no nordeste chinês. Houve protestos similares nas cidades de Xangai, Guangzhou e Wenzhou, entre outras.
Inúmeras fábricas e lojas japonesas na China não puderam operar ou abrir nesta terça-feira em meio à onda de protestos. Em jogo estão bilhões de dólares em investimentos e o vasto comércio entre Japão e China, a terceira e segunda maiores economias do mundo, respectivamente. As duas nações são tão intimamente ligadas que estão sujeitas a graves prejuízos na hipótese de qualquer ruptura de longo prazo.
Embora as autoridades chinesas tenham aparentemente se mobilizado para conter as manifestações, o governo japonês vem pressionando Pequim para que adote mais medidas que garanta a integridade de instalações japonesas no país, disse o chefe de gabinete do Japão, Osamu Fujimura.
"As empresas japonesas têm um importante papel para a economia e emprego na China", disse Fujimura. "Acreditamos que devemos ter calma e fazer julgamentos racionais a partir de uma ampla perspectiva", completou, ressaltando que alguns encontros dos setores privado e público, além de eventos envolvendo os dois países, foram adiados ou cancelados.
O sentimento antijaponês na China parece estar afetando com mais força as grandes marcas do Japão, poupando parcialmente as companhias de perfil mais discreto.
O fechamento das fábricas e das lojas coincidiu hoje com o 81º aniversário da invasão japonesa. A disputa também chegou a Tóquio, desacelerando os negócios de lojistas que atendem turistas chineses. As informações são da Associated Press.