Bento XVI diz que admira a coragem dos jovens sírios
Bento XVI pediu também pela liberdade religiosa no Oriente Médio, ao dizer que ela é central em uma região deflagrada por conflitos religiosos e sectários. "É a hora de cristãos e muçulmanos ficarem juntos e colocarem um fim à violência e à guerra", disse. "Não nos esqueçamos que a liberdade religiosa é um direito fundamental, da qual derivam vários outros direitos", ele disse, quando falou mais cedo a funcionários do governo libanês, diplomatas e religiosos no palácio presidencial de Babda, no sul de Beirute.
"Eu rezo pelos jovens da Síria. A coragem de vocês me moveu e eu rezo pelas suas famílias. Estou triste mas nunca esqueci o Oriente Médio que sofre. É hora dos cristãos e muçulmanos se unirem e colocarem um fim à violência", disse, em trecho de discurso reproduzido pelo jornal libanês An-Nahar. Bento XVI também saudou os jovens muçulmanos que compareceram ao local para escutar o discurso.
Ele disse que cristãos e muçulmanos no Líbano dividem o mesmo espaço - às vezes a mesma família - e perguntou: "se é possível nas famílias, porque não em uma sociedade inteira?" Casamentos nos quais marido e mulher são de religiões diferentes não são raros no Líbano. A vista de bento XVI ao Líbano, onde 40% da população é cristã, ocorre num momento de fortes tensões sectárias na região, alimentadas pela guerra civil na Síria, que dura 18 meses, e recentemente pela divulgação do filme "A Inocência dos Muçulmanos", feito nos EUA e que aumentou a fúria de radicais islâmicos.
Milhares de cristãos fugiram da Síria nas províncias onde ocorrem combates pesados entre as tropas do presidente Bashar Assad e os insurgentes, particularmente na província de Homs. Os rebeldes, quase todos muçulmanos sunitas, passaram a controlar os bairros cristãos de Hamidiyeh e Bustan Diwan em Homs, após os moradores terem fugido em fevereiro. Os cristãos formam cerca de 10% da população de 22 milhões da Síria. Um padre de Homs disse à Associated Press que quase todos os 80 mil moradores do bairro de Hamidiyeh fugiram de Homs. As informações são da Associated Press.