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Argentina identifica corpo de chileno desaparecido

15:01 | 07/09/2012
Cientistas forenses argentinos finalmente identificaram um corpo mutilado, que foi levado do mar para as praias uruguaias em 1976, época em que a ditadura militar argentina realizava os terríveis "voos da morte" e jogava presos políticos dos aviões no mar ou no rio da Prata. A Equipe Forense Argentina identificou os restos mortais como os do chileno Luis Guillermo Vega Ceballos, militante do Partido Revolucionário dos Trabalhadores do Chile. Vega Ceballos foi detido em Buenos Aires em 9 de abril de 1976, junto à sua esposa argentina Laura Gladis Romero, que estava grávida. O corpo de Gladis Romero nunca foi encontrado.

A descoberta da análise foi anunciada no final da noite da quinta-feira em Montevidéu, no Uruguai. A secretária da Comissão de Paz da Argentina, Graciela Jorge, disse que a descoberta "fecha um pequeno capítulo" na história da chamada "guerra suja" que as ditaduras militares de direita do Cone Sul, e particularmente a argentina, travaram com fúria contra os grupos e guerrilhas de esquerda na década de 1970.

O corpo de Vega Ceballos mostrava claros sinais de torturas quando foi levado pelo mar para a costa do Uruguai. Na época, o Uruguai também já era governado por uma ditadura. O corpo havia sido mutilado e o cadáver tinha as mãos amarradas. A despeito do Uruguai também ser então governado por uma ditadura, as autoridades locais tiraram as impressões digitais do cadáver antes de sepultá-lo. Graciela Jorge disse que métodos semelhantes foram usados para identificar mais dois corpos, dos oito que foram arrastados para a costa uruguaia. Os dois outros corpos identificados eram dos argentinos Horácio Abeledo e Roque Montenegro.

Os ativistas suspeitam que os militares argentinos realizaram vários "voos da morte" no Atlântico e também no amplo rio da Prata, que divide o Uruguai da Argentina. Segundo testemunhas, as vítimas eram drogadas antes dos voos e depois jogadas vivas dos aviões.

As informações são da Associated Press.

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