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AFP - Londres vira fortaleza para os Jogos Olímpicos

15:20 | 04/07/2012

LONDRES, 4 Jul 2012 (AFP) - A Grã-Bretanha está instalando o maior dispositivo de segurança em tempos de paz, que transformará Londres em uma verdadeira fortaleza, protegida por um navio de guerra no Tâmisa e até por mísseis instalados nos telhados.

Mais de 40.000 pessoas - entre militares e civis - estarão mobilizadas, com o apoio de um impressionante dispositivo de inteligência, para garantir a segurança das instalações olímpicas, dos atletas e dos dois milhões de visitantes esperados.

Este esquema excepcional, que custará 553 milhões de libras (870 milhões de dólares), pretende ser capaz de enfrentar qualquer tipo de ameaça, desde um "atirador solitário" até um ciberataque, passando por manifestações, distúrbios civis, uma falha na rede de transportes e até condições climáticas extremas.

Antes mesmo da abertura dos Jogos, em 27 de julho, o percurso da tocha olímpica no Reino Unido é vigiado de perto. O único incidente digno de menção foi uma manifestação de dissidentes republicanos durante a passagem da chama pela Irlanda do Norte.

O ministro britânico da Defesa, Philip Hammond, afirmou recentemente que o exercício militar de treinamento, em maio, cumpriu os objetivos.

O exercício, uma simulação de atentado terrorista, incluía a participação do porta-helicópteros "HMS Ocean" perto de Greenwich, ao leste de Londres, e a presença de aviões de combate da Royal Air Force (RAF) em uma base próxima de Londres pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial.

O ministro deve decidir em breve sobre o deslocamento de mísseis terra-ar na capital para evitar ataques terroristas como os de 11 de setembro. O que revolta alguns cidadãos, que não desejam ver os artefatos instalados nos telhados de seus edifícios.

Um teste foi realizado durante um exercício em maio, quando foram instaladas baterias antiaéras nas imediações do parque de Greenwich, sede das competições de hipismo, e em prédios residenciais próximos do parque olímpico.
Inédito em tempo de paz Entre os oficiais, o grupo principal do esquema reunindo 40.000 homens mobilizados para os Jogos terá um contingente de 13.500 soldados dos três braços das Forças Armadas - Exército, Marinha e Aeronáutica.

Este número é maior do que os 9.500 homens atualmente no Afeganistão.

A cada dia, estarão nas ruas 12.500 agentes da polícia, além de 16.000 guardas de segurança e voluntários.

O MI5, serviço de inteligência interno, suspendeu as férias de 3.800 agentes, segundo a imprensa.

Antes dos Jogos, o serviço secreto britânico examina os antecedentes de quase 500.000 atletas, treinadores, oficiais de segurança, jornalistas, e solicitantes de visto turístico procedentes de quase 200 países.

As Forças Armadas ficarão responsáveis pelo espaço aéreo de Londres, algo nunca visto desde a Segunda Guerra Mundial. Os controladores aéreos civis ficarão temporariamente sob a tutela do Ministério da Defesa.

A segurança é, desde o princípio, uma das maiores preocupações dos Jogos de Londres, cenário em julho de 2005, um dia depois da escolha como sede olímpica, de uma série de atentados em série na rede de transportes públicos que mataram 52 pessoas.

Os organizadores recordam ainda o sequestro de atletas israelenses nos Jogos de Munique-1972 e a explosão de uma bomba de fabricação caseira durante os Jogos de Atlanta-1996.

"Não podemos controlar todos os riscos", explicou à AFP Margaret Gilmore, especialista em questões de segurança no Royal United Services Institute (RUSI), um centro de estudos independente sobre defesa.

"Mas podemos fazer muito para impedir que alguém execute um ataque ou perturbe os Jogos e, no caso de atentado por exemplo, minimizar o impacto", completou.

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