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Espanha dá prazo de quinze dias para decidir se pede ajuda à Europa para seus bancos

16:24 | 06/06/2012

BRUXELAS, 6 Jun 2012 (AFP) - A Espanha prometeu nesta quarta-feira, 6, que tomará uma decisão sobre a recapitalização de seus bancos "nos próximos quinze dias", ante a crescente pressão dos mercados e após a França ter lhe oferecido instrumentos de resgate da zona do euro.

Em um momento no qual os mercados e a comunidade internacional pedem uma solução rápida para a crise, o ministro de Finanças espanhol, Luis de Guindos, viajou a Paris e Bruxelas para pedir apoio aos planos do governo espanhol para que o dinheiro para recapitalizar os bancos espanhóis em dificuldades saia dos fundos de ajuda europeus, FEEF e MEE.

O governo "tomará as decisões sobre a recapitalização dentro de aproximadamente 15 dias", disse o ministro à imprensa no Parlamento Europeu em Bruxelas.
O governo espanhol quer esperar o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), previsto para 11 de junho, e são as auditorias independentes, que segundo De Guindos, mostrarão que os problemas dos bancos espanhóis "estão restritos a determinadas

entidades".

Estas declarações do titular de Economia, que se reuniu também em Bruxelas com o vice-presidente da Comissão Europeia, Joaquín Almunia, acontece em um momento no qual crescem os rumores de que a UE afina um plano de resgate para os bancos espanhóis.

O tempo, no entanto, é cada vez menor, e não há ofertas concretas. O presidente americana, Barack Obama, e o primeiro-ministro, David Cameron, insistiram em Londres

na necessidade de um "plano imediato" para resolver a crise.

"Respeitamos também a soberania de um grande país como Espanha", disse.

O ministro de Economia francês, Pierre Moscovici, afirmou - antes da visita de seu homólogo espanhol a Paris - que se a Espanha "o desejar", a Eurozona está disposta a "mobilizar muito rapidamente" os "instrumentos" de assistência.

Moscovici propôs uma "recapitalização direta dos bancos" por parte dos fundos de resgate da Eurozona, em particular o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) que entrará em vigor no dia 1 de julho, em substituição ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF).

Contudo, a Alemanha voltou a rejeitá-lo. "Esses instrumentos devem ser utilizados por um governo e com condições", disse o porta-voz do governo de Angela Merkel, Steffen Seibert.
O jornal alemão Süddeutsche Zeitung, no entanto, afirmou que já foi alcançado um compromisso para injetar diretamente capital do FEEF no Fundo público espanhol de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB).

Esse recurso, dizem os especialistas, possui a vantagem de que o governo espanhol não incrementaria sua dívida e Alemanha também saldaria a sua, já que o fundo de resgate injetaria ajuda em um organismo público e não diretamente aos bancos.

Madrid resiste ao resgate, aos quais já se submeteram Grécia, Portugal e Irlanda, porque ele implicaria em maior austeridade a tutela de Bruxelas sobre a economia espanhola.

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