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Eleições na Líbia adiadas por motivos técnicos

10:25 | 11/06/2012
Eleições realizam-se em 7 de julho, 18 dias depois do planejado, devido a problemas de logística. Representantes do Tribunal Penal Internacional viajam ao país, pedindo libertação de delegação que foi presa. As eleições para escolher os 200 deputados da Assembleia Nacional líbia as primeiras em seis décadas estavam inicialmente previstas para 19 de junho. Contudo, o presidente da comissão eleitoral do país, Nuri al-Abbar, explicou que houve dificuldades logísticas nos preparativos para a eleição. A tarefa de organizar o escrutínio tem sido particularmente difícil porque, no país, "não se realizam eleições há meio século". A nova data estipulada para a votação é 7 de julho próximo. Segundo a agência de notícias Reuters, Al-Abbar afirmou que nunca planejara um adiamento, mas demoraram mais tempo do que o previsto o registro eleitoral e a investigação do passado dos candidatos, para verificar que não estão ligados ao ex-líder líbio Muammar Kadhafi. "Quero apenas assegurar que as eleições sejam transparentes", disse. 60 anos sem eleições O antigo líder líbio, Muammar Kadhafi, eliminou as eleições diretas durante seu mandato de 42 anos. A última eleição nacional multipartidária realizou-se em 1952. Desde o início da revolta popular na Líbia, em fevereiro de 2011, que levou à queda de Kadhafi, o país tem sido governado por um Conselho Nacional de Transição, que não foi eleito. A Assembleia Nacional líbia a ser eleita terá a tarefa de vigiar o governo e elaborar uma nova Constituição, entre outras funções. A comunidade internacional vê na data um marco importante. As eleições são consideradas um passo fundamental na transição do país para a democracia. Tribunal Internacional envia nova equipe Neste meio tempo, intensifica-se o cabo-de-força entre a Líbia e o Tribunal Penal Internacional (TPI) quanto ao julgamento do filho capturado de Muammar Kadhafi. Neste domingo (10/06) chegou à Líbia uma nova equipe do TPI, para pedir a libertação de um grupo de quatro membros da corte que fora detido ao tentar visitar Saif al-Islam. O filho do antigo líder líbio foi capturado em novembro passado na cidade de Zintan, encontrando-se sob a custódia de forças revolucionárias, desde então. De acordo com as milícias, um elemento do grupo do TPI transportava documentos suspeitos endereçados a Saif al-Islam. A equipe detida estaria ainda sob investigação. O filho do ditador morto em outubro de 2011 é procurado pela corte internacional por crimes cometidos durante a revolta popular no país. O governo da Líbia tem-se mostrado renitente e se negado a extraditá-lo, alegando querer que ele seja julgado no país. No entanto, o Tribunal Penal Internacional está preocupado com as condições de detenção de Saif al-Islam. Organizações de direitos humanos duvidam que o sistema judicial da Líbia possa atender aos padrões do direito internacional. A Anistia Internacional declarou: "Um julgamento injusto diante de um tribunal líbio, onde o acusado estaria exposto à pena de morte, não é a maneira de se garantir a justiça e a atribuição de responsabilidade". GCS/rtr/dpa Revisão: Augusto Valente

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