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Berlim é a primeira estação de giro de Vladimir Putin pela Europa Ocidental

06:47 | 01/06/2012
Passadas apenas algumas semanas desde sua volta à chefia de Estado da Rússia, Vladimir Putin inicia na Alemanha um giro que o levará a vários países. Mas, antes, ele instituiu um exemplo e visitou um país "especial". O recém-empossado presidente russo, Vladimir Putin, será recebido nesta sexta-feira (01/06) em Berlim. Sua primeira viagem ao exterior como novo presidente russo, no entanto, não o levou aos Estados Unidos à cúpula do G8, tampouco à Alemanha, mas ao seu homólogo bielorrusso, Alexander Lukashenko. "Só o fato de minha primeira visita ao exterior ser dedicada à nação irmã Belarus demonstra o caráter especial de nossas relações", disse Putin. Entre outros assuntos, Putin conversou com Lukashenko considerado o último ditador da Europa sobre um empréstimo de Moscou para o endividado país vizinho. "Belarus continua sendo um fiel parceiro da Rússia", disse Lukashenko. Com a ajuda de Moscou, seu país possuirá em breve "a usina nuclear mais moderna do mundo", salientou o chefe de Estado bielorrusso. Apesar de fortes protestos do governo lituano, o governo em Minsk planeja a construção da primeira usina nuclear do país próximo à fronteira com a Lituânia, país-membro da União Europeia (UE). Merkel recebe Putin Nesta sexta-feira, Putin chega a Berlim. As relações russo-alemãs, questões sobre a política econômica e energética como também temas internacionais estão na agenda de seu encontro com a chanceler federal Angela Merkel. A situação na Síria, à qual Merkel classificou como "catástrofe", é um ponto importante de discussão. Após a reunião com a chefe alemã de governo, Putin se encontrará com o presidente alemão, Joachim Gauck, no Palácio Bellevue. Trata-se da primeira visita à Alemanha do presidente russo desde o início de seu terceiro mandato há algumas semanas. Em seguida, Putin viajará para Paris, onde será recebido ainda na noite desta sexta-feira pelo novo presidente francês, François Hollande. Putin não quer ceder à pressão em torno da Síria Putin já declarou que seu país não vai se curvar às exigências internacionais com vista a uma mudança de atitude em relação à Síria. Sob pressão do exterior, não é possível haver conversações sobre a posição da Rússia na questão da Síria, disse Putin através de seu porta-voz Dimitri Peskov. A política da Rússia para a Síria é "coerente e equilibrada", disse Peskov. A Rússia é um dos últimos aliados que restou a Damasco. Juntamente com a China, Moscou vetou por duas vezes resoluções do Conselho de Segurança da ONU contra a Síria. Em contrapartida, a Síria é o último parceiro restante da Rússia na região. A Marinha russa mantém na Síria a sua única base fora do território da antiga União Soviética. Detenções e interesses econômicos Enquanto isso, pelo menos 90 pessoas foram detidas na capital russa durante manifestações não autorizadas pela liberdade de reunião. Em protestos na cidade de São Petersburgo, pelo menos oito pessoas foram presas. Na Rússia, a cada dia 31 de um mês, acontecem manifestações para lembrar a observância do artigo 31 da Constituição, que prevê garantias à liberdade de reunião. No entanto, enquanto em questões como a Síria e temas sobre direitos fundamentais as posições entre a Alemanha e a Rússia são bastante divergentes, as relações econômicas entre os dois países florescem. A Rússia é o mercado de maior crescimento para a Alemanha. Em 2011, as exportações alemãs para Moscou cresceram 31%. Cerca de 6.300 firmas alemãs têm subsidiárias na Rússia. Segundo o Comitê da Economia Alemã para o Leste, o comércio com a Rússia responde por cerca de 300 mil postos de trabalho na Alemanha. CA/dpa/dapd/afp Revisão: Roselaine Wandscheer

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