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AFP - Histórica visita de Kirchner à ONU para pedir soberania das Malvinas

08:00 | 15/06/2012

NOVA YORK, 14 Jun 2012 (AFP) - A presidente argentina, Cristina Kirchner, participava nesta quinta-feira de forma histórica da reunião anual do Comitê de Descolonização da ONU para reivindicar a soberania de seu país sobre as Malvinas, no dia do 30º aniversário do fim da guerra com o Reino Unido e depois do anúncio de um referendo entre os moradores da ilha.

Kirchner apresentou-se acompanhada de vários de seus ministros, assim como representantes dos principais partidos da oposição e veteranos da guerra de 1982, para demonstrar o consenso que existe na Argentina sobre a reivindicação da soberania nas ilhas ocupadas pelo Reino Unido desde 1833.

Após sua chegada à ONU, a presidente reuniu-se em primeiro lugar com seu secretário-geral, Ban Ki-moon, que reconheceu o "forte apoio regional" à reclamação argentina sobre as Malvinas, segundo um comunicado das Nações Unidas.

Posteriormente teve início a reunião do Comitê de Descolonização presidida pelo equatoriano Diego Morejón Pazmiño, e que teve como primeiros oradores os representantes da Assembleia Legislativa das Malvinas, Rober Edwards e Michael Summers.

Apesar da queda da ditadura militar que levou à guerra de 1982, a Argentina persiste em "suas tentativas de negar ao povo das ilhas Malvinas nossos direitos democráticos", disse Edwards.

Edwards confirmou a realização de um referendo em 2013 e disse que "uma maioria de 96% do eleitorado" das Malvinas, onde vivem 3.000 pessoas, quer manter o status quo e continuar sendo um território de ultramar do Reino Unido.

O Comitê de Descolonização das Nações Unidas, formado por 24 países, vem instando regularmente desde 1965 as duas partes a realizar negociações pela disputa do arquipélago no Atlântico Sul, apesar de a Grã-Bretanha sempre ignorou essas resoluções não vinculantes.

Morejón Pazmiño afirmou nesta quinta-feira que a presença da presidente Kirchner "é histórica" e "dá credibilidade ao sistema das Nações Unidas".

Em meio a um endurecimento de sua exigência, a Argentina conseguiu nos últimos meses o apoio dos países latino-americanos, incluindo a decisão dos membros do Mercosul como Brasil, Uruguai e Chile (associado) de proibir a entrada em seus portos de navios com bandeira das Malvinas.

Em fevereiro, o chanceler argentino Héctor Timerman denunciou diante da ONU uma "militarização" britânica do Atlântico Sul e a exploração de possíveis recursos petroleiros nessa região, acusações rejeitadas por Londres, para quem a questão da soberania foi resolvida em 1982.

A guerra das Malvinas, que durou 74 dias entre 2 de abril e 14 de junho de 1982, foi lançada pela ditadura militar no poder em Buenos Aires e deixou 649 argentinos e 255 britânicos mortos.

Menos de 2 milhões de pessoas vivem sob domínio colonial nos 16 territórios não autônomos que restam no mundo, entre eles Gibraltar, segundo a ONU.

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