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Otan reafirma retirada do Afeganistão em 2014

16:39 | 21/05/2012
Aliança Atlântica reafirma em cúpula de Chicago retirada das tropas do Afeganistão no fim de 2014. Plano prevê para meados de 2013 encerramento de missões de combate no país. A Otan pretende concluir em meados de 2013 suas missões de combate no Afeganistão, transmitindo para as forças locais a completa responsabilidade pela segurança. Essa é a meta definida nesta segunda-feira (21/05) pela cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte em Chicago. O presidente dos EUA e anfitrião do encontro, Barack Obama, falou de uma "próxima etapa" rumo a um Afeganistão estável e seguro. O papel das forças internacionais deve mudar, deixando de ter caráter de luta para se dedicar ao apoio. A Força Internacional de Assistência para Segurança (ISAF, na sigla em inglês) deve encerrar sua missão um ano e meio depois, deixando o país até 31 de dezembro de 2014, segundo consta da declaração final da cúpula. Depois disso, a Aliança Atlântica pretende continuar apoiando os afegãos através de treinamentos, consultoria e apoio, mesmo para missões de combate. "Espero que a partir de 2015 continue a haver uma presença da Otan no país", disse o secretário-geral da organização, Anders Fogh Rasmussen. "Todos nós continuamos empenhados em nosso objetivo, que é um Afeganistão seguro e democrático, numa região estável." O ministro alemão da Defesa, Thomas de Maizière, alertou para um otimismo precipitado, dizendo que a luta antiterrorista contra os talibãs não pode ser vencida militarmente e que requer uma solução política. "Por isso, não devemos presumir que o caminho para 2014 seja percorrido sem perdas nem contratempos", avisou. Apelo a Karzai O Conselho da Otan recebeu da cúpula, integrada por representantes de 28 países, a ordem para iniciar imediatamente o planejamento das atividades posteriores à missão da ISAF. O custo anual para melhoria da estrutura de segurança local é avaliado em 4,1 bilhões de dólares, dos quais a comunidade internacional deve contribuir anualmente, a partir de 2015, com 3,6 bilhões de dólares. A Alemanha prometeu contribuir com 150 milhões de euros, a segunda maior soma depois dos EUA. O governo de Cabul deve colaborar com pelo menos 500 milhões de dólares e assumir todos os custos de polícia e Exército locais a partir de 2024. Em sua declaração final, a Otan apelou para que o presidente afegão Hamid Karzai, implemente os compromissos assumidos na conferência de Bonn de 2011, levando adiante os esforços para o processo de reconciliação e fortalecendo os direitos das mulheres. Nos dois dias de cúpula, a França defendeu seu controverso plano de retirada antecipada do Afeganistão. O recém eleito presidente François Hollande quer levar adiante as promessas de campanha, de retirar as tropas francesas do Afeganistão ainda em 2012 ou seja, dois anos antes do fim da missão da ISAF. Escudo antimísseis ativado No domingo, o governo alemão criticara duramente o plano francês. O ministro alemão do Exterior, Guido Westerwelle, alertou para a corrida de retiradas que Hollande pode provocar, por razões que só dizem respeito à sua política interna". A chanceler federal Angela Merkel salientou que Berlim se compromete com o princípio acordado de entrar juntos e sair juntos". Hollande minimizou as críticas alemãs. "Temos um acordo conjunto", afirmou, prometendo que militares franceses permanecerão no Afeganistão ainda em 2013 para auxiliar no treinamento de polícia e Exército afegãos. No primeiro dia da cúpula, os líderes da Otan determinaram a ativação de uma primeira etapa do novo escudo europeu antimísseis. Assim, pela primeira vez a Otan dispõe de defesa própria contra mísseis, embora de alcance ainda limitado. O escudo consiste, em princípio, em um radar de alerta precoce situado na Turquia, o qual se comunica com mísseis interceptadores localizados em navios de guerra norte-americanos estacionados no Mediterrâneo. Embora a Otan tenha convidado Moscou para tomar parte do projeto, a Rússia se sente ameaçada pelo sistema antimísseis, o qual é dirigido principalmente contra o Irã. MD/dadp/dpa Revisão: Augusto Valente

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