Nível de violência na Síria é "inaceitável", diz Annan
Dois diplomatas, que falaram em Genebra sob anonimato, disseram que Annan reportou menos operações militares em larga escala do governo a partir do dia 12 de abril, e que a presença dos observadores militares da ONU na Síria parece ter acalmado um pouco a situação. Mas Annan ressaltou que as tropas sírias continuam presentes nas cidades, as violações dos direitos humanos são generalizadas e podem estar em escalada, a assistência humanitária é insuficiente e o governo nega "as aspirações legítimas do povo sírio".
Mais cedo nesta terça-feira, Jakob Kellenberger, presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, disse que o conflito sírio está virando uma "guerra de guerrilhas". Kellenberger disse que 1,5 milhão de sírios, no momento, lutam para suprir suas necessidades básicas como alimentos, água e abrigo. Kellenberger disse que os confrontos entre o governo e soldados desertores e oposicionistas continuam a ocorrer nas cidades e províncias de Homs e Idlib.
Annan disse ao Conselho de Segurança que 1 milhão de sírios estão em necessidade urgente de ajuda humanitária, o que significa alimentos e remédios. Dezenas de milhares de sírios estão vivendo em prédios públicos, deslocados pelo conflito civil, enquanto a Cruz Vermelha Síria e o Crescente vermelho Sírio já alimentam cerca de 100 mil pessoas "particularmente vulneráveis", afirmou Kellenberger.
O Observatório Sírio pelos Direitos Humanos informou hoje que o número de mortos no conflito na Síria ultrapassou 12 mil desde março do ano passado, quando estourou a revolta contra o presidente Bashar Assad. Rami Abdel Rahman, chefe do Observatório, disse que do total de mortos 800 o foram após 12 de abril, quando entrou em vigor o cessar-fogo entre governo e oposição, desrespeitado por ambas as partes várias vezes.
"Um total de 8.515 civis foram mortos desde que a revoltou começou, ao lado de 3.410 soldados, incluídos 720 desertores do Exército", disse Abdel Rahman. Ele disse que desde que a trégua entrou em vigor em abril, foram mortos 589 civis, 213 soldados regulares e 29 soldados desertores.
As informações são da Associated Press e da Dow Jones.