Julgamento de Mladic é adiado por falha da promotoria
O juiz que preside o júri, Alphons Orie, disse que adiou os trabalhos do tribunal de crimes de guerra na Iugoslávia em razão de "significativos erros de divulgação" de documentos pelos promotores, que são obrigados a compartilhar todas as provas com os defensores de Mladic.
O anúncio representa um significativo retrocesso para o tribunal em um de seus casos mais importantes, cujo foco são as atrocidades cometidas durante a guerra da Bósnia (1992-1995), que deixaram cerca de 100 mil mortos.
Orie disse que os juízes vão analisar a "abrangência e o impacto" do erro e estabelecer uma nova data para o reinício dos procedimentos "o mais rápido possível". A apresentação das provas deveria começar no final deste mês.
Os promotores já reconheceram os erros e não contestaram o adiamento. O advogado de Mladic pediu uma prorrogação de seis meses.
Mladic é acusado de comandar tropas servo-bósnias que realizaram uma campanha de assassinatos e perseguições para expulsar muçulmanos e croatas do território que eles consideravam parte da Sérvia. Suas tropas lançaram bombas e mataram a tiros civis durante os 44 meses de cerco à capital bósnia, Sarajevo.
Mladic se recusou a apelar das acusações, mas nega ter cometido crimes. Se condenado, ele pode pegar a pena máxima, que é de prisão perpétua.
A porta-voz do tribunal, Nerma Jelacic, disse à Associated Press que os promotores reconheceram que o erro "pode impactar na imparcialidade do julgamento do acusado". As informações são da Associated Press.