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Dominique Strauss Kahn é investigado em novo caso de prostituição

13:02 | 21/05/2012
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LILLE, França, 21 Mai 2012 (AFP) - A situação judicial de Dominique Strauss-Kahn poderá piorar após a decisão do promotor de Lille (norte da França) de abrir uma investigação sobre fatos "suscetíveis de ser classificados como estupro coletivo" ligados a um caso de prostituição envolvendo o ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Os supostos fatos teriam ocorrido entre 15 e 18 de dezembro de 2010. Eles foram revelados pelos juízes de instrução encarregados deste caso de prostituição agravada e teriam sido cometidos durante uma noite na capital americana que teve DSK como um dos participantes.

O promotor indicou nesta segunda-feira ter ordenado uma investigação pela qual a polícia judicial de Lille ficará encarregada.

Dominique Strauss-Kahn foi detido no dia 28 de março, dois dias depois de ser acusado por "proxenetismo agravado com formação de quadrilha" no caso chamado de hotel Carlton de Lille pelos juízes de instrução, por atos de "estupro coletivo".

A investigação é a consequência do testemunho de duas prostitutas belgas que viajaram para Washington em dezembro de 2010 junto com Dominique Strauss-Kahn e vários de seus amigos, entre os quais estavam os empresários Fabrice Paszkowski e David Roquet, e o comissário de polícia Jean-Christophe Lagarde, que também estão sob investigação.

Esses testemunhos haviam sido obtidos pelos policiais belgas em dezembro passado, como parte de um acordo com a justiça francesa.

Uma delas - que não prestou queixa - indica ter sofrido durante a noite de 16 de dezembro de 2010 alguns atos sexuais de forma não consentida. "Eu não gritei, mas disse claramente em voz alta que não queria", disse a jovem.

A investigação deverá esclarecer o que aconteceu durante essa viagem. Consultada pelo jornal Le Parisien em 13 de maio, a outra acompanhante belga, que estava no mesmo quarto, declarou que se sua colega "tinha verdadeiramente e claramente dito não".

Os advogados franceses de Dominique Strauss-Kahn acusaram nesta segunda-feira a justiça e a imprensa de permanecerem "mudas por uma vontade implacável de causar a derrota de um homem", após a abertura em Lille de uma investigação preliminar por estupro coletivo como parte do caso do Carlton.

"Esta investigação estabelecerá que Dominique Strauss-Kahn nunca cometeu atos de violência nem teve qualquer relação, seja qual tenha sido ela, sem o consentimento de suas parceiras", indicaram em seu comunicado os advogados de DSK, Frédérique Baulieu, Richard Malka e Henri Leclerc.

As investigações preliminares estão sob a responsabilidade do promotor. Após essa investigação, o promotor poderá decidir não levar o caso adiante, ou, caso contrário, pode deixá-lo a cargo de juízes de instrução para que prossigam com as investigações.

No início de maio, os advogados de Dominique Strauss-Kahn tinham contestado o fato de o ex-chefe do FMI ter cometido "a mínima violência, de qualquer natureza que seja", e afirmaram que, neste caso, "as declarações feitas pelas jovens são contraditórias".

Um estupro coletivo pode ser punido com vinte anos de reclusão.

Dominique Strauss-Kahn, de 62 anos, era considerado o principal candidato da esquerda para a eleição presidencial de abril-maio na França, quando acusações de tentativa de estupro feitas por uma camareira de Manhattan causaram a sua prisão em Nova York no dia 14 de maio de 2011 e o obrigaram a abandonar sua candidatura.

Ele foi absolvido na ação criminal. Um processo civil ainda está em andamento.

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