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Bancos gregos estão no olho do furacão

16:40 | 17/05/2012

ATENAS, 17 Mai 2012 (AFP) - Após o anúncio de retirada massiva de dinheiro na segunda-feira, os bancos gregos continuam sofrendo com a expectativa da chegada ao poder da esquerda radical e com os rumores de quebra que permeia os mercados.

Os particulares e empresas retiraram só na segunda-feira de suas contas 700 milhões de euros, disse o presidente da República Carolos Papulias aos chefes dos partidos políticos para tentar convencê-los, sem êxito, de formar um governo de coalizão para fazer frente à crise do país.

Estes dados foram confirmados à AFP por uma fonte bancária, e se somam às retiradas de fundos efetuadas pelos gregos nos dois últimos anos, seja para fazer frente à crise ou para colocar suas economias debaixo do colchão, ou no estrangeiro por medo de que o país abandone abruptamente o euro.

A mesma fonte, que pediu o anonimato, relativiza os rumores sobre a agravamento do fenômeno de fuga de capitais na Grécia, que tem sacudido os mercados nos últimos dias.

O nervosismo sobre os títulos bancários se estende a toda Europa, em particular à Espanha, onde o Bankia, a quarta entidade do país, chegou a perder nesta quinta-feira mais de 29%, apesar de limitar as perdas.

Na Grécia, houve em março um aumento dos depósitos em 1 bilhão de euros, pois a confiança havia voltado após as operações de reestruturação da dívida grega, disse a mesma fonte.

"Os dados de abril ainda não foram concluídos, mas se observa um aumento estimado em 1 bilhão de euros", disse.

Segundo dados do Banco da Grécia, de 31 de março, os depósitos de particulares e de empresas se elevava a 165,350 bilhões de euros, contra 237,530 bilhões ao final de dezembro de 2009, às vésperas da crise da dívida.

Contudo, estes depósitos são superiores ao nível registrado sete anos atrás (136,900 bilhões de euros em janeiro de 2005) e muito acima do nível de janeiro de 2001, coincidindo com a criação do euro, a 116,400 bilhões.

Para os especialistas, o aumento do nervosismo no início da semana, principalmente em Londres e em Frankfurt, se deve em particular a um artigo da imprensa holandesa, segundo o qual os bancos gregos carecem de apoio do Banco Central Europeu e não poderão ser refinanciados, o que tem sido negado pela instituição de Frankfurt.

"Desde que foi divulgado o comunicado do BCE (desmentindo e explicando a situação), as coisas se acalmaram", disse a mesma fonte bancária.

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