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Ban adverte sobre "guerra civil catastrófica" na Síria

08:52 | 31/05/2012
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, advertiu nesta quinta-feira sobre a possibilidade de uma "guerra civil catastrófica" na Síria, após o massacre de 108 civis na cidade de Houla.

"O tipo de massacre visto no último final de semana pode levar a Síria a uma guerra civil catastrófica, uma guerra da qual o país pode nunca se recuperar", disse ele durante um fórum da iniciativa Aliança das Civilizações, realizado em Istambul.

"Eu exijo que o governo da Síria tome atitudes em relação a seus compromissos, de acordo com o plano de Kofi Annan (enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria). A comunidade internacional unida exige que o governo sírio aja de acordo com suas responsabilidades em relação ao seu povo."

Ban pediu que a Síria pare de realizar ataques e declarou que os observadores da ONU que monitoram o cessar-fogo não estão no país para ver o assassinato de pessoas inocentes. "Nós estamos lá para registrar violações e para que aqueles que cometem crimes possam ser responsabilizados", disse Ban durante o fórum, que tem como objetivo melhorar a compreensão entre ocidentais e muçulmanos.

"Quanto mais a comunidade internacional souber", disse Ban, "mais provável é que possamos avançar em nosso objetivo mais importante: encontrar uma solução política, uma solução que possa assegurar as vidas e os interesses de todo o povo sírio".

"Vou deixar uma coisa clara: a ONU não enviou monitores para a Síria para servir de testemunhas para o assassinato de inocentes", disse ele. "Não estamos lá para sermos observadores passivos de atrocidades indescritíveis."

Ban pediu aos países que se pronunciem com mais clareza nesses "tempos difíceis, tendo em vista a terrível capacidade da humanidade de cometer atos desumanos".

"Nós ouvimos falar sobre o chamado 'choque de civilizações', o suposto racha entre sociedades predominantemente ocidentais e muçulmanas", declarou ele. "Não é isso que está acontecendo na Síria. O que ocorre é a velha história de um tirano que quer manter o poder. E em sua busca pelo poder, o regime ameaça aumentar as tensões entre os diversos povos sírios, como o que vimos acontecer na ex-Iugoslávia, duas décadas atrás." As informações são da Dow Jones e da Associated Press.

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