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Ao menos 26 mortos em combates na Síria

13:23 | 16/05/2012

BEIRUTE, 16 Mai 2012 (AFP) - Ao menos 26 pessoas morreram nesta quarta-feira, 16, em combates em várias províncias da Síria e em Deraa, no sul, onde foi registrada uma violenta repressão por parte das tropas governamentais, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Entre as vítimas também estão 15 civis "executados de forma sumária" pelas forças do regime sírio durante um ataque ao bairro Shammas em Homs, indicou o OSDH.

Na localidade de Khan Cheikhoun, em Idleb, cinco pessoas, entre elas uma criança, morreram vítimas da artilharia pesada do Exército, que bombardeou a cidade, informou esta organização, com sede em Londres.

"Não dormimos a noite toda", disse à AFP Abu Hammam, um rebelde da região de Idleb.

"As pessoas das zonas bombardeadas têm tanto medo que tentaram fugir em direção a outros locais mais seguros. No centro de imprensa (dos insurgentes) também precisamos fugir porque as bombas eram ouvidas cada vez mais perto", explicou por telefone.

Nesta cidade, um comboio de observadores da ONU foi alvo na terça-feira de um ataque, quando se encontrava perto do local onde eram realizados funerais, nos quais um bombardeio das forças governamentais deixou um saldo de 20 mortos, segundo o OSDH, que classificou o ato de "massacre".

Segundo Abu Hamman, seis observadores de Brasil, Iêmen, Bangladesh, Dinamarca, Marrocos e Holanda foram evacuados da cidade nas últimas horas. Seu veículo foi atingido pela explosão.

"Viram a morte com seus próprios olhos", comentou o militante.

A oposição síria acusou o regime do ataque contra a ONU. Os observadores "nos perguntaram se podíamos levá-los a um local seguro fora de Khan Cheikhoun, mas não era possível porque a cidade estava cercada pelas tropas do regime", indicou Abu Hamman.

Em Deraa, segundo o OSDH, as tropas do governo atiraram com metralhadoras pesadas contra um acampamento de refugiados palestinos e de deslocados sírios das Colinas de Golã, ocupadas e anexadas por Israel. Quatro pessoas, uma delas um menino, morreram, disse o OSDH.

Nesta quarta-feira, o presidente sírio, Bashar al-Assad, considerou que as eleições legislativas de 7 de maio mostraram que a maioria dos sírios apoia seu regime e a política de reformas de seu governo, em uma entrevista divulgada nesta quarta-feira por uma rede de televisão russa.

Para Assad, o resultado das eleições mostrou que o povo sírio "segue apoiando a política de reformas" e "as instituições do Estado", disse Assad ao canal público Rossia 24.

"O povo sírio não tem medo das ameaças dos terroristas que tentaram sabotar as eleições ou evitar que as realizássemos", assegurou o presidente.

O regime anunciou uma taxa de participação de 51,26%, mas não informou os resultados dos partidos nestas eleições. A oposição e os países ocidentais taxaram as eleições de "farsa".

Após 15 meses de revolta, os combates entre forças governamentais e rebeldes se multiplicam e a repressão continua sendo muito severa. No país há mais de 200 observadores da ONU, encarregados de vigiar uma trégua que é violada todos os dias desde sua teórica entrada em vigor, há mais de um mês.

Calcula-se que mais de 12.000 pessoas morreram de forma violenta na Síria desde o início da rebelião, a maioria deles civis.

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