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Anistia denuncia aumento de vítimas não ligadas ao tráfico no México

17:09 | 23/05/2012

MÉXICO, México, 23 Mai 2012 (AFP) - A ofensiva contra o narcotráfico no México não apenas aumentou as mortes entre os delinquentes e a força pública, mas cada vez mais há indícios de que aumentaram também as vítimas não ligadas ao crime organizado, afirma a Anistia Internacional em seu relatório anual 2012.

Ao longo do "ano foi recebida a informação segundo a qual os grupos de criminosos, o exército e a polícia tinham matado um número crescente de pessoas não relacionadas aos cartéis", afirma o relatório, que questiona também os sequestros e os ataques contra imigrantes.

O relatório lembra que mais de 12.000 pessoas foram assassinadas na violência resultante das ações do narcotráfico em 2011 e particularmente pela luta entre os cartéis da droga.

"Durante o ano, estes lutaram entre si e contra as forças de segurança pelo controle territorial em certos estados, como Chinhuahua, Nuevo León, Veracruz, Coahuila, Tamaulipas e Guerrero", completa o relatório.

A Anistia também denunciou que em muitas destas regiões existem "provas de que alguns policiais atuavam em conluio com organizações criminosas, incluindo no homicídio de supostos membros de organizações rivais".

Apesar disso, completa o órgão de defesa dos direitos humanos, o governo do presidente Felipe Calderón "não adotou medidas efetivas para prevenir ou investigar as graves violações e generalizadas de direitos humanos cometidas pelas forças armadas e a polícia".

O relatório completa que foram recebidas informações sobre a participação de oficiais da força pública em "desaparecimentos forçados, execuções extra-judiciais, torturas e prisões arbitrárias".

A Anistia informou também que frente à grave deterioração de corrupção generalizada pelo narcotráfico no interior das forças policiais, a resposta não foi rápida.

"Os avanços na reforma das forças de polícia federais, estaduais e municipais foram muito lentas", completa o documento, que afirma também que "o governo não deu respostas substanciais aos pedidos de informações da Anistia Internacional sobre as investigações destes casos".

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