AFP - Rodrigo Rato renuncia à direção de entidade financeira espanhola Bankia
"Decidi passar o posto a um novo gestor por acreditar que isso é o mais conveniente para esta entidade", afirmou Rato
MADRI, 7 Mai 2012 (AFP) - Rodrigo Rato, presidente do Bankia, banco fruto da maior união de caixas de poupança da Espanha, anunciou sua demissão nesta segunda-feira, coincidindo com o anúncio do governo de uma injeção de fundos públicos à entidade esta semana para sanear seus ativos imobiliários problemáticos.
"Decidi passar o posto a um novo gestor por acreditar que isso é o mais conveniente para esta entidade", afirmou Rato, que foi ministro de Economia do país de 1996 a 2004 e diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) até 2007.
O nome que Rato irá indicar para substituí-lo é o de José Ignacio Goirigolzarri - que foi conselheiro delegado do segundo maior banco espanhol, BBVA, até 2009 - considerado por Rato "a pessoa mais adequada para liderar este projeto neste momento".
O Ministério da Economia espanhol anunciou nesta segunda-feira que a Bankia sofrerá uma intervenção do governo espanhol até sexta-feira com o objetivo de livrá-la de seus ativos imobiliários tóxicos.
"Está sendo concluído um plano de saneamento da entidade que, certamente, será feito por meio de injeção de capital conversível contingente, os famosos cocos, e também estão sendo concluídas mudanças na gestão" da Bankia, disseram à AFP fontes do ministério, confirmando que será usado de dinheiro público.
O plano será anunciado "antes de sexta-feira, certamente", indicaram as mesmas fontes.
O jornal El País assegurou nesta segunda-feira que a Bankia, que é, entre os grandes bancos espanhóis, o mais exposto ao setor imobiliário, precisará de entre "5 e 10 bilhões de euros" para limpar seu balanço.
O jornal econômico Expansión indicou que a injeção de fundos públicos ficará "entre 5 e 7 bilhões de euros".
Os jornais "não estão errados" em relação ao valor previsto, "mas não se pode confirmar", acrescentaram as fontes.