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ONU aprova por unanimidade envio de observadores à Síria

13:56 | 14/04/2012
Conselho de Segurança chega à primeira resolução sobre a crise na Síria, com aval da Rússia e da China. Embaixadores da ONU questionam compromisso do governo Assad com o cessar-fogo. O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou por unanimidade neste sábado (14/04) o envio de até 30 observadores não armados à Síria. O objetivo da missão é monitorar o frágil cessar-fogo que entrou em vigor na última quinta-feira (12/04). Ao lado dos demais 13 membros do Conselho, Rússia e China votaram a favor da primeira resolução sobre a crise síria. De acordo com oficiais da ONU, os observadores deverão partir rumo a Damasco dentro de algumas horas. A resolução também exige que o governo sírio "implemente visivelmente" os compromissos acordados no plano de paz do enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, incluindo a retirada de todas as tropas e armas pesadas das cidades sírias. Na decisão, a ONU também pede que o presidente sírio, Bashar al-Assad, e a oposição ao regime garantam a segurança da equipe de observadores, sem prejudicar sua liberdade de circulação e de acesso. O documento salienta que cabe ao governo sírio a responsabilidade primária pela segurança dos enviados internacionais. Resistência russa A resolução havia sido aguardada para esta sexta-feira (13/04), mas foi detida por objeções da Rússia à maior parte do texto. "Mudanças significativas foram feitas para torná-lo mais equilibrado", afirmou o embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin. Rússia e China haviam vetado as duas últimas tentativas do Conselho de Segurança para aprovar uma resolução sobre a crise que, de acordo com a ONU, deixou mais de 9 mil mortos na Síria. Uma nova resolução será necessária para aprovar a missão integral de vigilância, com a participação de mais de 200 observadores. Dúvidas sobre cessar-fogo O embaixador francês na ONU, Gerard Araud, disse que enviar essa missão prévia "testará se a Síria está levando seus compromissos a sério" antes da autorização da missão integral. Ataques de forças do regime a civis na cidade de Homs neste sábado levantaram dúvidas sobre as intenções do governo Assad, disse Araud. A resolução da ONU veio "somente depois de a população síria ter sofrido uma brutalidade inimaginável durante mais de um ano, nas mãos de um regime que priorizou sua própria sobrevivência", declarou o embaixador do Reino Unido na ONU, Mark Lyall Grant. O russo Churkin destacou que os observadores estão diante de um difícil desafio. "Eles precisarão de uma boa dose de profissionalismo, coragem e objetividade." O Conselho de Segurança encarregou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, de elaborar um relatório sobre o trabalho inicial dos observadores até a próxima terça-feira (17/04) e fazer recomendações para a implementação da missão integral até quarta-feira (18/04). LPF/afp/rtr

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