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Enigmático Jim Yong Kim é eleito novo presidente do Banco Mundial

15:09 | 16/04/2012

WASHINGTON, 16 Abr 2012 (AFP) - O americano Jim Yong Kim foi nomeado nesta segunda-feira, 16, presidente do Banco Mundial (BM), anunciou a instituição em um comunicado publicado ao término de uma reunião de seu conselho de administração.

Kim, um médico e antropólogo de 52 anos que nasceu na Coreia do Sul, venceu sua adversária, a ministra das Finanças nigeriana, Ngozi Okonjo-Iweala, e deve assumir suas funções em primeiro de julho para um mandato de cinco anos.

Discreto, mas com uma sólida reputação em ativismo contra enfermidades em países pobres, o americano não possui experiência política nem financeira de alto nível.

Até então, Kim ocupava o cargo de Universidade de Dartmouth, em New Hampshire, e assumirá agora a cabeça da entidade multilateral composta por 187 Estados-membros, que possui uma carteira de crédito de 258 bilhões de dólares, no lugar de Robert Zoellick, que em 30 de junho termina seu mandato de cinco anos.

A direção do BM, reunida em Washington, elegeu a Kim sobre seu único rival, a ministra nigeriana de Finanças, Ngozi Okonjo-Iweala. O terceiro candidato, o economista e ex-ministro colombiano José Antonio Ocampo, abriu mão da candidatura na sexta-feira passada.

"Kim era o candidato mais interessante, apesar de ser o menos tradicional, e por isso tem mais o que mostrar", disse à AFP Daniel Bradlow, professor de direito de Washington especialista em instituições internacionais. "De fato, ele foi o menos aberto dos candidatos", completou Bradlow.

Como consequência, a postura de Kim, designado pelo presidente americano, Barack Obama, em março passado, continua sendo um enigma. Contudo, de acordo com as entrevistas concedidas à imprensa e com os artigos de opinião publicados, Kim deve dar continuidade às prioridades que Zoellick imprimiu ao Banco, dizem analistas.

Filho de um desertor norte-coreano que fugiu para a Coreia do Sul, Kim nasceu em Seul em 1959. Aos cinco anos, ele chegou aos Estados Unidos, no estado de Iowa (centro), onde seguiu os passos de seu pai e estudou medicina.

Estudante aplicado, alcançou dois doutorados, em medicina e antropologia.

Sua carreira, dedicada principalmente à pesquisa, o aproximou dos trabalhos humanitários.
Um dos países nos quais Kim trabalhou foi o Peru, onde em meados da década de 1990 ele mobilizou uma iniciativa de tratamento massivo contra a tuberculose, que agora se aplica a outras 40 nações.

Entre 2003 e 2007, ele dirigiu um programa da Organização Mundial de Saúde para levar antirretrovirais para três milhões de pacientes com HIV em países em desenvolvimento, enquanto que sua organização sem fins lucrativos, Sócios na Saúde (Partners in Health), tem trabalhado em comunidades pobres desde o Haiti até a Rússia.

Em 2002, Kim pediu ao Senado americano mais fundos para a luta contra a Aids, a tuberculose e a malária. Contudo, sua falta de experiência econômica lhe proporcionou algumas críticas.

"Kim é uma opção arriscada", disse o economista francês Uri Dadush, que apoiu a candidatura da nigeriana Okonjo-Iweala.

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