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AFP - Premiê chinês pede 'quebra' de monopólio bancário no crédito

12:03 | 04/04/2012
PEQUIM, 4 Abr 2012 (AFP) - O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, pediu nesta quarta-feira (horário local) o fim do monopólio bancário no crédito, o que segundo ele tem impedido que empresários tomem emprestado o dinheiro necessário para investir, informou a imprensa estatal. Wen disse que o governo precisa "quebrar o monopólio" para facilitar o fluxo de capital privado para o sistema financeiro, em comentários publicados no site da rádio nacional chinesa. "Em relação aos custos financeiros, posso dizer, honestamente, que nossos bancos estão lucrando muito facilmente. Por quê? Porque poucos bancos grandes têm uma posição de monopólio", disse durante uma visita ao sudeste da China. "Só quando recorremos a esses bancos conseguimos obter crédito, se vamos a outros lugares é muito difícil." "O que podemos fazer agora para facilitar o fluxo de capital privado no sistema financeiro é quebrar esse monopólio." Numerosas pequenas e médias empresas chinesas enfrentam dificuldades para obter créditos nos bancos estatais, apesar das pressões da Comissão de Regulação Bancária (CRBC), que exige a concessão de empréstimos ao setor. A China registrou uma explosão de empréstimos irregulares impulsionada por restrições ao crédito, aumentando as preocupações das autoridades sobre o aumento da inadimplência no setor privado. Com a desaceleração das exportações, especialmente para a Europa, numerosos devedores têm sido incapazes de honrar suas dívidas. No mês passado, Pequim decidiu criar uma "zona experimental de reforma global do setor financeiro" na região de Wenzhou (leste), palco no ano passado da fuga de vários empresários sufocados pelos juros praticados em empréstimos clandestinos. A "zona experimental" visa a "acelerar o desenvolvimento de novas organizações financeiras" favorecendo o financiamento privado em um país onde os juros praticados pelos bancos permanecem sob a tutela do banco central e não do mercado. "Este projeto piloto em Wenzhou teve um certo sucesso e alguns de seus componentes podem ser aplicados imediatamente a escala nacional", disse Wen Jiabao, segundo a rádio nacional chinesa. Em nível nacional, os empréstimos informais na China somaram cerca de 452 bilhões de euros ou 8% do total operado pelos bancos chineses.

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