PUBLICIDADE
Notícias

AFP - Breivik afirma que não é um caso psiquiátrico

07:41 | 20/04/2012
OSLO, 20 Abr 2012 (AFP) - Anders Behring Breivik, julgado pelo massacre de 77 pessoas ano passado na Noruega, afirmou nesta sexta-feira que não é um caso psiquiátrico e insistiu em ser reconhecido penalmente por seus atos. "Não sou um caso psiquiátrico e sou penalmente responsável", declarou Breivik no quinto dia do julgamento. "Quando se vê uma coisa tão extrema é possível pensar que se trata de loucura, mas é necessário diferenciar entre extremismo político e loucura no sentido clínico do termo", afirmou. A questão da saúde mental do extremista, considerado penalmente irresponsável em um primeiro exame psiquiátrico e responsável em uma segunda análise, é central neste processo que deve durar 10 semanas. Breivik afirmou nesta sexta-feira que é uma pessoa "muito simpática", mas que teve que reprimir suas emoções a partir de 2006 para poder executar os ataques. "Sou alguém muito simpático em uma época normal", declarou Breivik, antes de afirmar que a partir de 2006 teve que reprimir suas emoções, especialmente com a prática da meditação, e cortar as relações sociais com o objetivo de preparar-se para cometer os dois atentados executados em 22 de julho de 2011. Breivik abriu fogo contra jovens que participavam em um evento político na ilha de Utoya e matou 69 pessoas. Horas antes ele detonou uma bomba de quase uma tonelada perto da sede do governo norueguês, que matou oito pessoas. Ele afirma estar em guerra contra "as elites" que permitem a "islamização" da Europa e admitiu os fatos, mas se recusa a afirmar que é culpado. Em seu relato, Breivik definiu os fatos como "atos horríveis, atos bárbaros" e explicou no tribunal que pensou em uma "operação suicida" depois de ter esgotado todas as vias pacíficas para promover suas ideias nacionalistas, um fracasso que atribuiu à censura dos meios de comunicação entregues, segundo ele, ao multiculturalismo. Para poder executar o ataque, o extremista de 33 anos afirmou que recorreu a um "mecanismo de defesa" e que "desumanizou" as vítimas, após um treinamento de vários anos. "É preciso desumanizar o inimigo. Se não tivesse feito isto, não teria obtido sucesso". Breivik disse ainda que não é racista e criticou o "racismo antieuropeu" dos meios de comunicação.

TAGS