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AFP - Assassino da Noruega pede libertação e diz que atuou em defesa do povo

07:41 | 17/04/2012
OSLO, 17 Abr 2012 (AFP) - Anders Behring Breivik, julgado pela morte de 77 pessoas em julho do ano passado na Noruega, pediu nesta terça-feira para ser libertado, no fim de seu depoimento no tribunal que o julga em Oslo, ao afirmar que atuou em defesa do povo norueguês contra a islamização do país. "Os ataques de 22 de julho eram ataques preventivos para defender os noruegueses", disse ao encerrar o testemunho de uma hora. "Atuei em uma situação de emergência em nome do meu povo, da minha cultura e de meu país. E, portanto, peço para ser libertado", completou. Durante o discurso aos jurados, no segundo dia de julgamento, Breivik afirmou que voltaria a cometer o massacre de 22 de julho de 2011, no qual matou 77 pessoas em Oslo e na cidade de Uttoya. "Sim, eu faria de novo", declarou, antes de acrescentar que os adolescentes assassinados na ilha de Utoya que integravam a Juventude Trabalhista não eram "crianças inocentes". Também disse que passar o resto da vida na prisão ou morrer por seu povo representa "a maior honra". "Os jovens do Partido Trabalhista são ingênuos doutrinados, não eram crianças inocentes e sim militantes políticos", afirmou Breivik, que matou 69 pessoas em Uttoya, em sua maioria adolescentes que estavam em um acampamento de verão do partido. "Matar 70 pessoas pode impedir uma guerra civil", disse Breivik. "As pessoas que me chamam de diabólico confundem ser diabólico com ser violento". Breivik explicou que a diferença está na intenção: um certo tipo de violência pode servir, segundo ele, para impedir outra violência ainda maior. "Quando a revolução pacífica é impossível, a única opção é a revolução violenta", completou Breivik, que sempre mencionou a palavra "nós" ao falar de sua causa, dando a entender que representa um movimento mais amplo. Pouco antes, o tribunal de Oslo rejeitou um dos cinco jurados convocados para o processo contra Anders Behring Breivik, depois que as opiniões divulgadas por ele no ano passado provocaram dúvidas sobre sua imparcialidade. Pouco depois dos ataques de julho do ano passado, Thomas Indreboe - um recepcionista que foi designado jurado pela sociedade civil de acordo com um mecanismo da justiça popular em vigor na Noruega - escreveu na internet: "A pena de morte é a única solução justa neste caso".

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