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Suspeitas pesam sobre irmão do atirador de Toulouse

15:07 | 24/03/2012
Autoridades francesas não excluem envolvimento de Abdelkader Merah, irmão do autor dos atentados em Toulouse, na série de assassinatos ocorridos na cidade. Em depoimento, Abdelkader teria elogiado os atos do irmão. Descrito pelas autoridades francesas como fundamentalista religioso, Abdelkader Merah, de 29 anos, afirmou na prisão que não sabia nada a respeito dos planos de seu irmão, embora estivesse "orgulhoso" dos mesmos. Esta declaração extra-oficial foi divulgada pela revista francesa Le Point. Informantes ligados à polícia afirmam que Abdelkader Merah esteve presente na hora do roubo da moto usada por seu irmão, no dia em que este matou sete pessoas. Abdelkader Merah foi apresentado ao serviço de inteligência Direção Central de Informação Interna (DCRI) e levado a seguir para uma presidiária de Paris, onde será interrogado por um juiz, que tomará a decisão a respeito da abertura de um processo. Ele foi detido na última terça-feira (20/03), junto com sua namorada, quando a polícia ainda cercava o apartamento de seu irmão. A mãe dos irmãos Merah foi também detida pela polícia, mas liberada na última sexta-feira (23/03). Segundo informações de seu advogado, ela sofre com sensação de culpa e pergunta se teria tido como evitar os atos de seu filho Mohamed, que matou sete pessoas aos 23 anos. De acordo com o advogado, a mãe dos irmãos Merah tem sentimentos de raiva perante o filho morto e se pergunta por que ele cometeu tais crimes. Ela se encontra também apreensiva e receosa de voltar para casa, com medo de atos de vingança. Na mira das forças de segurança Os investigadores acreditam que Abdelkader também pertence à cena de radicais islâmicos no país e pode ter participado dos planos de Mohamed. Segundo a promotoria, a polícia encontrou explosivos em seu carro. Da mesma forma que seu irmão, Abdelkader também vinha sendo monitorado pelas forças de segurança do país. Ele foi interrogado há alguns anos pela polícia, em função da suspeita de contatos com uma rede que enviava jovens para o Iraque. Segundo declarações da polícia, o autor dos atentados em Toulouse confessou ter matado três soldados franceses, três crianças judias e um rabino. Ele permaneceu cercado por mais de 30 horas em seu apartamento, até ser morto pela polícia quando pulou pela janela atirando à volta. Mohamed Merah afirmou ter agido em nome da organização extremista Al Qaeda. Há pouco foi também divulgada a informação de que as autoridades norte-americanas o haviam incluído em uma lista de pessoas proibidas de voar para os EUA. Desta lista fazem parte suspeitos de terrorismo, apontados como possíveis autores de atentados. Autoridades norte-americanas e francesas declararam que Mohamed Merah esteve no Afeganistão em 2010 para participar de um campo de treinamentos de extremistas. Governo rebate crítica à atuação da polícia O governo francês refutou as críticas à atuação da polícia na detenção do assassinto, afirmando que elas teriam motivação política. O ministro francês do Interior, Claude Guéant, pediu, em declaração ao diário Le Figaro, "dignidade e respeito" por parte de todos os envolvidos. Ele afirmou que não se pode esquecer as sete vítimas, entre estas três crianças. "É inaceitável questionar a eficiência da polícia", disse o ministro. Gérard Longuet, ministro francês da Defesa, havia criticado anteriormente as investigações, que haviam conduzido inicialmente a pistas faltas, causando desta forma uma "perda considerável de tempo". Diante das críticas ao trabalho da polícia, o presidente Nicolas Sarkozy concovou uma reunião para este sábado, a fim de debater questões de segurança. SV/dpa, rtr, afp

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