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Portugal enfrenta nova greve geral e protestos contra medidas de austeridade

11:36 | 22/03/2012
Movimento atinge principalmente o transporte público em Lisboa e na cidade do Porto. Trabalhadores protestam contra medidas adotadas pelo governo para sanear o orçamento do país e garantir um empréstimo da UE e do FMI. A greve geral convocada para esta desta quinta-feira (22/03) em Portugal, quatro meses depois da última paralisação geral, é a oitava da CGTP (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses), o maior sindicato trabalhista do país, desde a Revolução dos Cravos. A confederação protesta contra a reforma das leis trabalhistas, que tornam mais fácil a contratação e a demissão, e também contra as sucessivas medidas de austeridade tomadas pelo governo, como a demissão de funcionários públicos e o corte de bônus, e que teria levado a um aumento do desemprego e da pobreza. De acordo com o secretário-geral da CGTP, Armênio Carlos, "a reforma das leis é uma tentativa maquiavélica de suprimir os direitos trabalhistas". Na parte da tarde estão planejadas manifestações e comícios em 38 cidades e localidades em todo o país, incluindo Lisboa, Évora e Coimbra. Pôsteres incentivando a participação de trabalhadores na greve foram espalhados pelas cidades. Paralisação dos meios de transporte Os metrôs de Lisboa e Porto, segunda maior cidade de Portugal, estão parados. A balsa que liga os dois lados do rio Tejo também está fechada, enquanto ônibus e bondes estão operando com uma frota mínima. A greve também deve afetar serviços públicos, como escolas, coletas de lixo, livrarias e museus. Ao contrário da greve de novembro de 2011, a paralisação de hoje não terá o apoio do segundo maior sindicato trabalhista, a UGT (União Geral dos Trabalhadores), que chegou a um acordo com o governo sobre a reforma das leis trabalhistas. O líder da UGT, João Proença, pediu cautela aos grevistas, advertindo que a greve pode acaber em caos, igual ao que aconteceu na Grécia. Pior recessão desde os anos 1970 A reunião da Comissão Política Nacional do PS (Partido Socialista ) realizará em nove dias uma Comissão Nacional - o órgão máximo partidário entre congressos - dedicada à aprovação da reforma interna do partido e com foco na revisão dos estatutos. Até ao final do mês, os socialistas terão de definir o voto dos seus deputados face à proposta do governo de revisão das leis trabalhistas. Portugal, diante de sua pior recessão desde os anos 1970, está trabalhando num programa de três anos para reduzir a dívida externa e reformar sua economia. O país foi o terceiro, depois da Grécia e da Irlanda, a receber um pacote de ajuda financeira da UE e do FMI, no valor de 78 bilhões de euros. A greve acontece em meio à crescente preocupação de analistas e investidores, que especulam que talvez Portugal vá precisar de um segundo pacote de ajuda , a exemplo da Grécia, o que o governo nega. AKS/lusa/afp/rtr Revisão: Alexandre Schossler

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