ONU: mais de 2 mil fogem da Síria em 48 horas
"Nós fugimos dos bombardeios e dos ataques", disse Hassana Abu Firas, que fugiu para o Líbano. Ela veio com duas famílias que fugiram dos ataques do governo contra a cidade de al-Qusair, a apenas 22 quilômetros do outro lado da fronteira. A cidade, na província de Homs, é um dos centros da oposição e está sob pressão das tropas do governo há mais de um mês. A província de Homs fica na fronteira com o Líbano. "O que nós poderíamos fazer? As pessoas estão nas suas casas e os soldados atiram nelas com tanques. Quem pode foge. Quem não pode, morre em casa", ela disse.
Homs, capital da província e terceira maior cidade da Síria, com 1 milhão de habitantes, emergiu como o palco central da rebelião contra Bashar Assad, que está completando um ano neste mês. Ativistas afirmam que centenas de pessoas já foram mortas apenas na cidade no último mês, enquanto a ONU elevou para 7.500 o número de pessoas mortas na revolta contra Assad. Ativistas, contudo, dizem que o número de mortos passa de 8 mil.
A Cruz Vermelha disse que nesta segunda-feira obteve permissão do governo sírio para entrar no bairro de Baba Amr, o mais atingido pelos combates e pelas tropas do governo. O bairro foi controlado por desertores e insurgentes durante meses, até que na quinta-feira passada foi reconquistado pelas tropas de Assad. O regime proibiu a entrada de trabalhadores humanitários no bairro desde a quinta-feira. Ativistas denunciam que após a retomada do bairro, os soldados executaram dezenas de moradores e queimaram algumas casas em vingança contra a revolta. O governo sírio afirma que proibiu a entrada de trabalhadores humanitários por motivos de segurança.
As informações são da Associated Press.