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Mudanças no clima afetam Metas do Milênio na América Latina

18:19 | 28/03/2012
PANAMÁ, 28 Mar 2012 (AFP) - Os desastres naturais causados pelas mudanças climáticas podem afetar o cumprimento na América Latina das Metas de Desenvolvimento do Milênio, propostas pelas Nações Unidas, apesar dos esforços feitos pelos países, alertaram especialistas em gestão de catástrofes no Panamá.
"O que estamos vendo agora no clima são fenômenos com mais agressividade e menos previsíveis", que "podem por em risco os avanços do desenvolvimento", explicou Gerard Gómez, chefe do escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) para a América Latina e o Caribe.
Cento e cinquenta delegados de países latino-americanos que trabalham em gestão de desastres estão reunidos no Panamá para tentar coordenar políticas comums de ação em caso de desastres naturais que podem "por em risco ou tornar um pouco mais lento o processo de alcançar os objetivos" de Desenvolvimento do Milênio, continuou Gómez.
As Metas de Desenvolvimento do Milênio foram estabelecidas no ano 2000 segundo um compromisso firmado por 192 países-membros da ONU, com a finalidade de cumpri-los num prazo de 15 anos.
Erradicar a pobreza extrema e a fome, ampliar a educação fundamental universal, combater a Aids e a malária, reduzir a mortalidade infantil e melhorar a saúde materna estão entre estes objetivos.
No entanto, os desastres naturais representam perdas milionárias em cultivos, infraestruturas e atenção sanitária, afetando as chances de se cumprir os propósitos.
"Os fenômenos naturais aumentaram em intensidade e frequência", reiterou Ivan Morales, diretor executivo do Centro de Coordenação para a Prevenção de Desastres Naturais da América Central.
"Isto faz com que ano a ano os países percam um importante patrimônio econômico, social e ambiental, que são justamente o foco dos objetivos de desenvolvimento do milênio", acrescentou Morales.
Segundo dados do Centre for Research on the Epidemiology of Disasters citados por Gómez, cerca de 1.200 pessoas perderam a vida em 2011 e cerca de 4 milhões foram afetadas por inundações, furacões, terremotos e outros desastres.
"A boa notícia é que há uma tomada de consciência" por parte dos governos na região para trabalhar em conjunto e "há grandes esforços que estão sendo feitos na redução dos riscos", disse Gómez.

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