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Morre o cineasta e romancista francês Pierre Schoendoerffer

14:02 | 14/03/2012

PARIS, 14 Mar 2012 (AFP) - O cineasta e romancista francês Pierre Schoendoerffer faleceu nesta quarta-feira, 14, aos 83 anos, vítima de complicações de uma operação em Clamart (subúrbio parisiense), informou à AFP sua família.

"Pierre Schoendoerffer, do Instituto da França, escritor, diretor de cinema, documentarista, vice-presidente da Academia de Belas Artes, departamento de cinema e audiovisual, morreu esta manhã no hospital militar Percy", afirma a família em um breve comunicado.

Pierre Schoendoerffer foi membro fundador do Cesar, o principal prêmio do cinema francês.

Depois de passar quatro meses detido em Dien Bien Phu (Vietnã) em maio de 1954, deixou o Exército e iniciou a carreira de repórter fotográfico. Do Vietnã até a Argélia, esteve presente em todos os fronts, levando ao mesmo tempo sua carreira de escritor, repórter (Paris-Match, ORTF) e cineasta.

Depois de seu primeiro filme, "La Passe du Diable" (1958), alternou obras de ficção e documentários. Escreveu o primeiro livro em 1963, "La 317e Section", que levou ao cinema em 1965 e que continua sendo um dos melhores testemunhos da guerra na Indochina.

"La Section Anderson", filmado dois anos depois, recebeu o Oscar de documentário.

Entre suas principais obras, Pierre Schoendoerffer escreveu e adaptou para o cinema "Le Crabe tambour" (1977) e "L'Honneur d'un capitaine" (1982).

Com "Dien Bien Phu" (1991), criou um guerreiro poderoso, juntamente com uma meditação sobre sacrifícios desnecessários.

O presidente-candidato Nicolas Sarkozy saudou o "filho espiritual de Kessel", cuja "obra engajada" ofereceu "uma amostra magistral do papel da arte e dos artistas para nos ajudar a melhor compreender a nossa história coletiva e os sentimentos individuais".

Seu adversário, o candidato socialista François Hollande, prestou homenagem a um "raro cineasta que fez do filme de guerra francês um gênero completo" que "soube filmar o homem o mais próximo de si mesmo em situações extremas, sem hesitar em colocar a sua vida em jogo por seu país e por sua arte";
Schoendoerffer nasceu em 1928 em Chamalières (centro da França). Desde jovem se encantou pela literatura de Joseph Kessel e Joseph Conrad. Sonhava em ser marinheiro. Aos 19 anos embarcou em um navio sueco, onde passou 18 meses no mar Báltico e Mar do Norte.

Alistou-se em 1952 no serviço de filmagem militar, onde fez sua estréia como cameraman em Indochina. Substituindo um camarada morto, filmou por três anos as atrocidades da guerra. Foi feito prisioneiros por vietnamitas em Dien Bien Phu (1954) e passou quatro meses em cativeiro.

Desmobilizado, decidiu a brilhar na região, como correspondente de guerra para a revista "Life".

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