PUBLICIDADE
Notícias

Israel e grupos armados palestinos de Gaza acertam uma trégua

11:54 | 13/03/2012

JERUSALÉM, 13 Mar 2012 (AFP) - Israel e os grupos armados palestinos de Gaza acertaram uma trégua na noite de terça-feira, 13, depois de quatro dias de ataques aéreos israelenses, que deixaram 25 palestinos mortos, e de disparos de foguetes contra o território israelense.

O ministro israelense da Defesa Civil, Matan Vilnai, informou que existe um acordo sobre um cessar-fogo para deter a violência na Faixa de Gaza iniciada na sexta-feira.

"De fato há um acordo, e acompanhamos o que acontece no local", afirmou Vilnai à rádio estatal, sem revelar mais detalhes, antes de ressaltar que "aparentemente a tendência é de calma".

"Todos que se dedicam ao terrorismo contra Israel devem saber que estão em nossa mira", afirmou Vilnai à rádio pública israelense.

"Aparentemente a tendência é a calma, e aparentemente também a as hostilidades ficaram para trás", acrescentou.

O grupo Jihad Islâmica - cujo braço armado, as Brigadas Al Qods, perdeu 14 combatentes nos ataques e reivindicou a maioria dos disparos contra Israel - confirmou o cessar-fogo, mas recordou que a condição para o acordo é que a trégua seja recíproca.

"Aceitamos um cessar-fogo se Israel aceitar a aplicação com o fim de seus ataques e assassinatos", afirmou o porta-voz do grupo, Daud Shehab.

Por sua vez, o chefe do Estado-Maior de Israel, o general Benny Gantz, disse à rádio pública que, "se os terroristas mantiverem a calma, faremos o mesmo. Se efetuarem disparos, responderemos. Tudo depende deles".

Horas antes, uma fonte da inteligência egípcia havia anunciado um cessar-fogo "completo e recíproco" entre Israel e palestinos após quatro dias de violência.

"Um acordo completo e recíproco para acabar com as hostilidades atuais entre as duas partes, incluindo a suspensão dos assassinatos, entrou em vigor na madrugada desta terça-feira", revelou a fonte, envolvido na mediação egípcia para acabar com a violência na Faixa de Gaza.

O funcionário, que pediu para não ser identificado, destacou que o Egito ficará encarregado de monitorar o cessar-fogo.

O funcionário egípcio revelou que o acordo é resultado de uma série de "intensos contatos" do Cairo com ambas as partes para "deter as operações militares contra a Faixa de Gaza e acabar com o derramamento de sangue na palestina".

Enquanto isso, o número de foguetes e obuses lançados a partir de Gaza contra Israel diminuiu sensivelmente. No entanto, disparos israelenses feriram três palestinos que participavam nos funerais de dois combatentes da Jihad Islâmica no leste de Jabaliya, perto da fronteira com o Estado de Israel, segundo fontes médicas.

De acordo com o porta-voz do exército, a aviação israelense realizou saídas para ataques aéreas contra Gaza durante a noite.

O grupo Hamas, no poder em Gaza, se comprometeu durante as negociações mediadas por funcionários egípcios em restabelecer a trégua no território que governa, mas não fez maiores comentários.

O novo ciclo de violência foi desatado na sexta-feira com o assassinato de Zuheir al Qaissi, chefe dos Comitês de Resistência Popular (CRP), acusado por Israel de preparar um atentado. Qaissi morreu quando a motocicleta em que viajava foi atacada por um avião de combate israelense.

No total, 25 palestinos foram mortos por Israel desde o início dos ataques, na

sexta-feira passada, que deixaram ainda 83 feridos.

Os grupos armados de Gaza dispararam cerca de 200 foguetes contra Israel, ferindo ao menos cinco pessoas.

O Quarteto para o Oriente Médio (Estados Unidos, Rússia, a União Europeia e a ONU), que na segunda-feira, em Nova York, se reuniu pela primeira vez em seis meses, expressou sua profunda preocupação ante a recente escalada de violência e pediu calma às duas partes.

TAGS