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EUA consideram "ridículo" anúncio de eleições parlamentares na Síria

15:11 | 13/03/2012
Depois da nova Constituição, eleições anunciadas para maio são segunda "concessão" de Assad. Observadores duvidam da viabilidade de uma votação livre no país, assolado por conflitos e em clima de medo. Eleições em um país assolado pela guerra civil: o anúncio feito pelo presidente Bashar al-Assad de que a Síria realizará eleições parlamentares no próximo 7 de maio causou surpresa. A nova Constituição do país, que suspendeu a supremacia do partido governista Baath, vigora desde fim de fevereiro. Mesmo assim, o pleito iminente não representa nenhuma ameaça para o regime de Assad. Observadores não acreditam na viabilidade de eleições livres em diversas regiões do país, assoladas por combates constantes e por um clima de medo. Enquanto Damasco anunciava as eleições, tropas do governo tomaram a cidade de Idlib, onde há grande número de oposicionistas. O controle de Idlib foi noticiado pelo diário Al Watan, próximo ao governo.    Eleições "ridículas" A porta-voz da Secretaria de Estado norte-americana, Victoria Nuland, afirmou nesta terça-feira (13/02) que "realizar eleições para um Parlamento de fachada, em meio ao tipo de violência que estamos vendo em todo o país, é ridículo". Assad, cuja família vem governando a Síria há quatro décadas, anunciou ainda uma série de reformas, todas vistas pelos opositores do regime como gestos vazios, que não levarão a lugar algum. O futuro da Síria está na pauta de discussão da visita de três dias do premiê britânico David Cameron aos Estados Unidos. Em artigo publicado pelo jornal Washington Post, Cameron e Barack Obama afirmam que pretendem "continuar apertando o cerco em torno de Assad e de seus comparsas". Os dois chefes de governo salientaram ainda que querem planejar, junto com Kofi Annan, enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe à Síria, o momento de transição política no país após a queda de Assad.   Annan aguarda Kofi Annan espera por uma reação de Damasco frente a suas sugestões de medidas para pôr fim à violência no país. Em visita à Turquia, durante a qual ele se encontrou com Burhan Ghaliun, presidente do Conselho Nacional Sírio (CNS), de oposição, Annan afirmou: "Tão logo tenhamos uma resposta, saberemos como reagir". Não se sabe ao certo se o anúncio das eleições parlamentares seria a tal resposta esperada. O CNS reivindicou, em comunicado publicado na madrugada desta terça-feira (13/03), um ataque militar dos países árabes e da comunidade internacional à Síria. Minas contra refugiados A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch declarou que soldados sírios estariam colocando minas na fronteira do país  com a Turquia, especificamente nas rotas usadas por refugiados. Tal conduta do governo Assad é, segundo a organização, "assassina", pois os caminhos não são usados apenas por refugiados, mas também para transportar feridos na região. O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) declarou em Genebra que, desde o início dos protestos contra Assad no país, 230 mil sírios já deixaram suas casas. Aproximadamente 30 mil pessoas cruzaram as fronteiras do país rumo à Turquia, ao Líbano ou à Jordânia. E centenas continuam fugindo todos os dias. Diante disso, o Acnur criou o cargo de coordenador para assuntos relacionados à Síria, assumido por Panos Moumtzis, que agradeceu oficialmente aos governos da Jordânia, da Turquia e do Líbano por suas respectivas políticas de portas abertas para os refugiados sírios. SV/dpa,dapd,afp,rtr Revisão: Francis França

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