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AFP - Polícia francesa isolou os vizinhos do assassino da scooter em seus apartamentos

10:21 | 21/03/2012
TOULOUSE, França, 21 Mar 2012 (AFP) - Os vizinhos do suposto assassino em série da cidade francesa de Toulouse acordaram de forma brutal na madrugada desta quarta-feira, com disparos e ligações telefônicas da polícia pedindo para que se protegessem em suas casas. "A polícia me ligou por volta das 5 da manhã para dizer que não saísse de casa, e não me aproximasse das janelas. Quando perguntei por que, disseram que não podiam responder e sugeriram que eu ligasse a TV para entender", contou Julie, vizinha do prédio cercado. Do outro lado da rua onde ela mora, se encontra entrincheirado Mohammed Merah, um francês de origem argelina, de 24 anos, e principal suspeito de ter executado três militares em Montauban e Toulouse, onde também viria a matar um professor e três crianças numa escola judaica. A casa de Merah foi cercada por 300 agentes especializados. Segundo Julie, o bairro onde ocorre a gigantesca operação é muito tranquilo e sem problemas. Por sua parte, Corneille, um pastor evangélico sul-africano que também mora em frente à casa de Merah, recebeu uma ligação similar da polícia em meio à noite. A esposa de Corneille e seus quatro filhos, de idades entre 1 e 7 anos, escondidos num quarto da parte externa da casa, não se atrevem sequer a olhar pela janela. "As crianças estão com muito medo dos tiros", explicou. De acordo com Julie, durante a noite houve quatro séries de disparos, como se fossem fogos de artifício. Para os vizinhos, parece difícil de acreditar que o suposto autor dos quatro brutais assassinatos desde 11 de março possa viver num bairro tão tranquilo. "Não o imaginamos vivendo aqui, porque não é um bairro perigoso", afirmou Alain. Roland, que conseguiu sair do perímetro de segurança, diz que é inimaginável pensar que o assassino more no bairro, porque se trata de uma área sem maiores complicados. Por isso, quando ouviu as trocas de tiros, jamais ocorreu pensar que podia ser o assassino em série. Para Julie, essa proximidade é "algo surreal". "Pode ser que eu já tenha cruzado com ele, até dito bom dia. É surrealista". Outro vizinho, Nabil Telmat, um cabo do exército, disse sentir-se aliviado por saber que o suspeito não é um militar, "um colega fragilizado de volta do Afeganistão". A polícia informou que preparou uma célula de apoio psicológico para ajudar os vizinhos a superar o trauma assim que a operação for concluída. Segundo o ministério do Interior, o suspeito afirma ser um mujahedine e pertencer à rede Al-Qaeda. Com seus ataques, quis vingar as crianças palestinas mortas e criticar o exército francês por suas intervenções no exterior".

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