Uruguai assume na ONU responsabilidade pela repressão da ditadura
A medida vai contribuir para a investigação, punição dos culpados e indenização das vítimas e seus familiares
GENEBRA, 27 Fev 2012 (AFP) -O Uruguai assumiu, no Conselho dos Direitos Humanos da ONU, a responsabilidade do Estado pela repressão ocorrida em sua ditadura militar (1973-1985), em um discurso do ministro de Relações Exteriores, Luis Almagro, nesta segunda-feira, 27, em Genebra.
"O governo uruguaio realizará um ato público de reconhecimento da responsabilidade do Estado pela violação dos direitos humanos ocorrida no país durante a ditadura militar", antecipou o ministro, referindo-se a um ato que será realizado em 21 de março.
"Ele tem um valor singular para demonstrar a vontade e a convicção com que nosso governo encara a luta contra a impunidade e o cumprimento de suas obrigações internacionais", acrescentou Almagro em sua mensagem.
O ministro esclareceu para a AFP que a medida busca dar uma resposta adequada à decisão da Corte Interamericana dos Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (CIDH) no caso Gelman, questão que força o Estado a investigar, punir os culpados e indenizar as vítimas e seus familiares.
Marcelo Gelman, filho do poeta argentino Juan Gelman, desapareceu na Argentina durante a ditadura do país (1976-1983), mas sua companheira, María Claudia García, foi feita prisioneira e mandada para o Uruguai quando grávida. Ainda em cativeiro, deu à luz uma menina, Macarena Gelman, e posteriormente foi assassinada.
Macarena Gelman foi encontrada por seu avô e, juntos, apresentaram uma denúncia à CIDH, que proferiu a sentença que exige que o Uruguai a cumpra, motivando o anúncio de Genebra.
Quanto à violência exercida pela guerrilha na época do antigo regime militar, o ministro disse à AFP que esse tema já foi abordado prontamente pelos tribunais e pelo parlamento, uma questão na qual não há responsabilidade do Estado.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU é formado por 47 países eleitos por voto secreto na Assembleia Geral das Nações Unidas, seguindo uma representação proporcional aos continentes, entre os quais figura o Uruguai, que atualmente o preside através de sua embaixadora em Genebra, Laura Dupuy.
Almagro convidou o Relator Especial da ONU contra a Tortura, o argentino Juan Méndez, a visitar o Uruguai no segundo semestre deste ano, com o objetivo "de conhecer no local o monitoramento que o país tem feito das recomendações (de seu antecessor) em sua visita em 2009, que nos impulsionou a atender múltiplas necessidades em relação às condições de privação de liberdade".
"O governo uruguaio realizará um ato público de reconhecimento da responsabilidade do Estado pela violação dos direitos humanos ocorrida no país durante a ditadura militar", antecipou o ministro, referindo-se a um ato que será realizado em 21 de março.
"Ele tem um valor singular para demonstrar a vontade e a convicção com que nosso governo encara a luta contra a impunidade e o cumprimento de suas obrigações internacionais", acrescentou Almagro em sua mensagem.
O ministro esclareceu para a AFP que a medida busca dar uma resposta adequada à decisão da Corte Interamericana dos Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (CIDH) no caso Gelman, questão que força o Estado a investigar, punir os culpados e indenizar as vítimas e seus familiares.
Marcelo Gelman, filho do poeta argentino Juan Gelman, desapareceu na Argentina durante a ditadura do país (1976-1983), mas sua companheira, María Claudia García, foi feita prisioneira e mandada para o Uruguai quando grávida. Ainda em cativeiro, deu à luz uma menina, Macarena Gelman, e posteriormente foi assassinada.
Macarena Gelman foi encontrada por seu avô e, juntos, apresentaram uma denúncia à CIDH, que proferiu a sentença que exige que o Uruguai a cumpra, motivando o anúncio de Genebra.
Quanto à violência exercida pela guerrilha na época do antigo regime militar, o ministro disse à AFP que esse tema já foi abordado prontamente pelos tribunais e pelo parlamento, uma questão na qual não há responsabilidade do Estado.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU é formado por 47 países eleitos por voto secreto na Assembleia Geral das Nações Unidas, seguindo uma representação proporcional aos continentes, entre os quais figura o Uruguai, que atualmente o preside através de sua embaixadora em Genebra, Laura Dupuy.
Almagro convidou o Relator Especial da ONU contra a Tortura, o argentino Juan Méndez, a visitar o Uruguai no segundo semestre deste ano, com o objetivo "de conhecer no local o monitoramento que o país tem feito das recomendações (de seu antecessor) em sua visita em 2009, que nos impulsionou a atender múltiplas necessidades em relação às condições de privação de liberdade".