Rússia diz que não vai deixar de vender armas para Síria
Antonov disse que seu país não está violando suas obrigações internacionais ao vender armas para Damasco. "A partir de hoje não há restrições a nossas entregas de armas", disse ele a jornalistas na Rússia, segundo agências de notícias estatais russas. "Nós devemos cumprir nossas obrigações e é o que estamos fazendo."
Moscou tem sido um dos mais poderosos aliados da Síria, juntamente com o Irã, na medida em que o governo sírio tenta esmagar a revolta contra o presidente Bashar Assad. A Organização das Nações Unidas estima que mais de 5.400 pessoas tenham sido mortas pela repressão do governo.
A postura de Moscou é em parte motivada por suas alianças estratégicas e de defesa com a Síria, que incluem a venda de armas. Mas a Rússia também rejeita o que vê como uma ordem mundial dominada pelos Estados Unidos. No mês passado, a Rússia assinou um acordo de US$ 550 milhões para a venda de jatos de combate para a Síria.
Embaixadores na ONU tentam superar a oposição da Rússia a um esboço de resolução no Conselho de Segurança que pede que Assad deixe o poder. Moscou diz que vai vetar o esboço porque acredita que ele abrirá o caminho para uma eventual intervenção militar internacional no país.
Massacre de Hama
Enquanto a pressão diplomática continua, ativistas sírios lembram o 30º aniversário do massacre de Hama. As três semanas de ataque contra a
cidade rebelde de Hama pôs abaixo bairros inteiros e mataram milhares de pessoas, num dos mais notórios massacres contemporâneos do Oriente Médio.
O ataque foi ordenado em 1982 quando o pai de Assad, Hafez, era presidente e se tornou um grito de guerra para alguns manifestantes sírios que querem derrubar a dinastia familiar de uma vez por todas.
Centenas de tropas e forças de segurança foram enviadas para a cidade nesta quinta-feira. Militares instalaram postos de verificação e pediam documentos de identificação das pessoas.
Ativistas pintaram duas ruas de Hama de vermelho, para simbolizar sangue e jogaram tinta vermelha nas famosas e antigas rodas d'água de Hama. Em alguns muros pode-se ler "Hafez morreu e Hama não. Bashar vai morrer, mas Hama não vai." As informações são da Associated Press.