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Paris e Londres não acreditam nos compromissos de Damasco

Em contrapartida, o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, pediu que a comunidade internacional que mude de atitude em relação à Síria

14:09 | 08/02/2012

O ministro francês das Relações Exteriores, Alain Juppé, afirmou nesta quarta-feira, 8, que não acredita nos compromissos para pôr fim à violência manifestados por Damasco à Rússia, enquanto o primeiro-ministro britânico, David Cameron, fez coro e declarou ter "uma confiança muito limitada" sobre os resultados da visita do chanceler russo, Serguei Lavrov.

O ministro francês participou de um programa político sobre os compromissos assumidos pelo presidente sírio, Bashar al-Assad, na terça-feira, durante a visita do ministro russo.

Colsultado sobre o que ele desejava dizer aos russos, Alain Juppé, disse: "Vocês estão completamente errados, os seus argumentos não são bons".

A Rússia e a China impuseram no sábado o seu veto no Conselho de Segurança da ONU a um projeto de resolução condenando a repressão na Síria.

A Rússia vetou o projeto afirmando que, como na Líbia, haveria uma intervenção militar. Juppé criticou o país por ter utilizado este "pretexto totalmente falacioso", reiterando que essa opção não foi cogitada.

Já o primeiro-ministro britânico afirmou, durante a sessão semanal de perguntas na Câmara dos Comuns, que "a Rússia precisa fazer um exame de consciência sobre o que fez". Ele condenou mais uma vez "o regime insuportável de Bashar" al-Assad "responsável por um banho de sangue".

 Já o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, pediu que a comunidade internacional mude de atitude em relação à Síria.

"Nós condenamos evidentemente qualquer forma de violência. Mas, não podemos nos comportar como um elefante em uma loja de porcelana. É preciso deixar que os sírios decidam seu próprio futuro", declarou Putin, citado por agências de notícias russas.

"Nosso objetivo é ajudá-los sem nenhuma forma de ingerência", acrescentou em alusão aos países ocidentais que exigem a saída do presidente sírio.

Lavrov declarou na terça-feira, em Damasco, ter tido uma reunião "muito útil" com o presidente Assad, que prometeu a ele "pôr fim à violência". O chefe da diplomacia russa assegurou que o governo sírio apresentará em breve um calendário de um referendo sobre a nova Constituição.

Em resposta, o chefe da diplomacia francesa afirmou: "já faz 'N' vezes que pessoas vão a Damasco se reunir com Bashar al-Assad e que ele transmite segurança. (...) Eu não acredito absolutamente nos compromissos do regime sírio, que está desacreditado".
"É realmente uma manipulação por parte de Bashar al-Assad, na qual nós não cairemos", disse.

"Quando massacramos 6 mil cidadãos nossos (...), não temos mais nenhuma legitimidade", acrescentou Juppé.

Segundo ele, após os vetos russo e chinês, "é preciso superar e o que nós propomos, e o que está em curso de elaboração com a Liga Árabe, é reunir o grupo de amigos da Síria".

"Temos que exercer pressão máxima sobre a Rússia para mostrar que ela está em um impasse (...) e, sobretudo, sobre Bashar al-Assad para facilitar o processo de transição proposto pela Liga Árabe".

"Faremos tudo para que ele entre em vigor", afirmou.

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