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Iêmen vota apenas para confirmar vice como presidente

09:57 | 21/02/2012
Os iemenitas votam nesta terça-feira apenas para endossar o vice-presidente apoiado pelos Estados Unidos como novo chefe de Estado, encarregado de tirar o país de uma crise após um ano de protestos contra o governo. A votação dificilmente pode ser chamada de eleição, já que o vice-presidente Abed Rabbo Mansour Hadi é o único candidato. A votação era parte de um acordo apoiado pelas nações do Golfo, que levou o presidente Ali Abdullah Saleh a renunciar em troca de imunidade judicial.

Hadi votou no início da terça-feira, em uma seção eleitoral improvisada perto de sua casa em Sanaa, após uma ameaça de bomba forçar autoridades a fechar o centro onde a autoridade inicialmente votaria. Segundo ele, o voto era "o único meio de sair da crise que tem assolado o país".

Também nesta terça-feira, pelo menos quatro pessoas, entre elas um menino de 10 anos, foram mortas em confrontos no sul do Iêmen envolvendo separatistas e as forças de segurança. Os separatistas convocaram um protesto de "desobediência civil" no dia da eleição. A violência ocorreu no bairro de Dar Saad, na maior cidade do sul iemenita, Áden, segundo moradores e médicos. O Movimento Sul matou um policial em Mansura, também em Áden, e duas outras pessoas morreram em Dar Saad.

Na cidade de Mukalla, no sudeste do país, separatistas atacaram uma delegacia e mataram um soldado, segundo um militar. Dois homens armados ficaram feridos na ação. Segundo os ativistas, as eleições não atingem suas demandas por autonomia ou independência do sul do país.

Protestos nacionais contra o regime de Saleh começaram em janeiro de 2011, gerando meses de derramamento de sangue. Além disso, os moradores do país reclamam de discriminação na distribuição dos recursos desde a união entre norte e sul, em 1990. Hadi, que nasceu no sul iemenita, deve ser presidente interino por dois anos, como parte do acordo firmado por Saleh para acabar com meses de protestos contra seu governo de 33 anos. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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