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Carnaval de São Paulo presta homenagem a Lula

O desfile vai contar a história do ex-presidente, desde seu nascimento, no árido nordeste até a eleição para a Presidência

16:26 | 15/02/2012

SÃO PAULO, 15 Fev 2012 (AFP) - O Carnaval de São Paulo prestará homenagem, neste sábado, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com um desfile preparado pela popular escola de samba "Gaviões da Fiel" e que levará ao Sambódromo a história de luta e superação do ex-mandatário.

A vida de Lula, de 66 anos, que está se tratando de um câncer de laringe, será representada pela Gaviões, desde seu nascimento, no árido nordeste brasileiro até a eleição para a Presidência da República, cargo que ocupou entre 2003 e 2010, em dois mandatos, dos quais saiu com 80% de aprovação popular.

"Vamos fazer uma analogia com o povo, mostrando que um cidadão comum pode chegar até lá. Basta ter perseverança, vontade de perseguir os objetivos", disse à AFP Delmo de Moraes, diretor da "Gaviões da Fiel".

Os 3.900 integrantes da escola vão falar sobre um "ícone da nação brasileira e corintiana", indica uma nota do Corinthians, time de coração de Lula, destacando o samba-enredo intitulado: "Verás que um filho fiel não foge à luta - Lula, o retrato de uma nação".

Com 26 alas e cinco carros alegóricos, os torcedores do 'Timão' vão fazer alusão aos programas sociais criados pelo ex-presidente, como o 'Bolsa Família' e o 'Luz para todos', que tiraram da pobreza 29 milhões de brasileiros.

Além disso, a escola vai homenagear as mães da região nordestina, através de "dona Lindu", una mulher analfabeta e determinada que foi com seus filhos para São Paulo, a capital econômica do Brasil, e conseguiu criar a família sozinha.

Ao chegar aos sete anos a São Paulo, Lula foi vendedor ambulante, engraxate, torneiro mecânico, até se tornar líder sindical, destacando-se por uma greve histórica na qual desafiou a ditadura (1964-85).

"O segredo do carisma de Lula é a humildade que transmite. É um homem do

povo. E como tal, é nosso, porque o Corinthians é o time do povo", disse Delmo de Moraes, que trabalhava junto aos artesãos dando os últimos retoques nas esculturas - a maioria delas cobertas com mantas pretas, para manter o suspense até o último minuto.

Os 'Gaviões', que investiram dois milhões de dólares no desfile, ainda têm esperanças de que o ex-presidente possa desfilar num dos carros alegóricos, embora os médicos tenham afirmado, nos últimos dias, que o tratamento contra o câncer - diagnosticado em outubro - deixou-o debilitado, pelo que não poderia se apresentar.

"Por enquanto está complicado, devido aos exames e ao tratamento", disse uma porta-voz da escola à AFP. Mas sua presença não está descartada", acrescentou.

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