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Captura de senderista deve tornar Ollanta mais popular

16:52 | 14/02/2012
A captura de um comandante do grupo maoista Sendero Luminoso no final de semana passado deverá ajudar a fortalecer a popularidade do presidente peruano Ollanta Humala, embora a detenção de Florindo Flores Hala, conhecido pelo codinome "camarada Artemio", não deva representar um golpe muito sério contra o narcotráfico, atividade que o Sendero abraçou nas últimas décadas.

"Artemio", bastante ferido, foi capturado por uma operação conjunta do exército e da polícia peruana na região de florestas do Vale do Huallaga, onde grande parte da coca peruana é cultivada. Ollanta, um ex-militar que combateu o Sendero na década de 1990, foi fotografado ao lado da cama hospitalar de Artemio, que parecia bastante ferido.

"A captura será positiva para a imagem de Ollanta Humala e é provável que se reflita nas pesquisas de popularidade", disse Gulillermo Loli, diretor do instituto de pesquisas Ipsos, líder no mercado peruano.

Uma pesquisa publicada no final de semana e conduzida antes do anúncio da captura de Artemio, feita pelo Instituto Datum, descobriu que a avaliação positiva de Humala subiu para 58% dos entrevistados em fevereiro, ante 50% em janeiro. A popularidade deverá crescer porque o Sendero virou muito detestado pela maioria da população. A avaliação positiva de Humala caiu no final do ano passado, quando ele nomeou como primeiro-ministro o ex-militar Oscar Valdés, considerado da linha-dura. Valdés disse que a captura de Artemio era uma das suas prioridades.

O governo dos Estados Unidos oferecia recompensa de US$ 5 milhões pela captura de Artemio. O governo dos EUA disse que a captura foi uma "importante vitória contra o terrorismo". A União Europeia também elogiou a prisão do líder do Sendero. Na década de 1980 e começo da de 1990, a rebelião do Sendero contra o governo peruano deixou 70 mil mortos nos Andes e se espalhou para as cidades costeiras, inclusive Lima. Humala era então um militar que lutou contra o Sendero e também contra a guerrilha do Movimento Revolucionário Tupac Amaru (MRTA).

O combate ao Sendero Luminoso, de ideologia maoista, ganhou impulso em 1992 com a detenção em Lima do "camarada Gonzalo", ou Abimael Guzmán, que cumpre atualmente prisão perpétua em Callao. Desmantelada, a organização se retirou para as selvas e passou a usar o narcotráfico para se financiar.

As informações são da Dow Jones.

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