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Após quatro meses, acampamento dos 'indignados' de Londres é desfeito

14:53 | 28/02/2012

LONDRES, 28 Fev 2012 (AFP) - Quatro meses depois de sua instalação, o acampamento dos "indignados" de Saint Paul, em Londres, último grande reduto deste movimento mundial, foi desmontado em algumas horas durante a noite, mas os militantes anti-capitalistas prometeram nesta terça-feira, 28, que irão prosseguir com suas ações.

A polícia prendeu 20 pessoas durante o desmantelamento, que ocorreu de forma tranquila se desconsideramos alguns enfrentamentos entre militantes e as forças de ordem.

Na manhã desta terça-feira, as dezenas de barracas multicoloridas que ocupavam o pátio do edifício religioso desapareceram e apenas alguns militantes permaneceram no local para dar entrevistas.

Policiais patrulharam o local, cercado por grades metálicas, enquanto funcionários de uma empresa de limpeza lavou o local com jatos d'água.

Alguns ocupantes seguiram para outro acampamento, instalado nas proximidades, onde cerca de 60 barracas se espalharam nesta manhã.

"Nós vamos, é claro, ocupar muitos locais públicos ainda, mas não de maneira permanente", assegurou à AFP um militante, George Barda, que acredita que "está é apenas a primeira etapa de um processo em favor da mudança da sociedade".

"Estou triste. Mas o trabalho não acabou", disse outro ex-ocupante de St, Paul, Paul Randle-Jollife, 51 anos, que carrega um crachá "Minha barraca é para o seu bônus", uma referência às gratificações dos banqueiros.

As autoridades "desmontaram um campo e desocuparam uma pequena comunidade, mas não vão desmobilizar o movimento", escreveu o site "Occupy London Stock Exchange", cujo membros militantes devem se reunir às 19H00 GMT para decidir os próximos passos do movimento.

A polícia e oficiais de justiça chegaram a Saint Paul pouco depois de meio-dia para desocupar o acampamento instalado no dia 15 de outubro de 2011 no bairro financeiro de Londres, depois de uma decisão da justiça.

Na chegada das autoridades, cerca de 50 militantes estavam presentes. Algumas brigas aconteceram, alguns manifestantes ergueram barricadas, mas isso não impediu os oficiais de justiça de prosseguir com a desocupação.

"Uma pequena minoria de militantes tentou criar obstáculos. A polícia realizou 20 detenções", informaram as forças de ordem, considerando que esta operação ocorreu de forma clama.

Os militantes também anunciaram o despejo de um imóvel do banco suíço UBS em Londres, ocupado por eles desde meados de novembro e que foi rebatizado de "banco das ideias".

O movimento "Occupy London", que contou com a participação de 200 barracas na onda do movimento "Occupy Wall Street", laçado nos Estados Unidos contra as mazela do sistema financeiro, tornou-se o reduto dos "indignados" depois do fim do acampamento de Nova York, em novembro.

Organizado como uma cidade alternativa, o acampamento estava instalado desde outubro na frente da catedral de Saint Paul, um dos pontos turísticos da capital britânica, em pleno coração da City.

O Tribunal de Recurso da Inglaterra aprovou no dia 22 de fevereiro a desocupação exigida pela municipalidade de Londres devido à "obstrução ilegal da via pública".

A atitude de adotar esta decisão contra os manifestantes dividiu profundamente os líderes religiosos de Saint-Paul. Por causa disso vários entre eles renunciaram.

No final de outubro, a catedral teve que fechar suas portas aos visitantes por alguns dias, alegando razões de segurança e higiene, foi a primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial que ela foi fechada.

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