QUITO, 21 Fev 2012 (AFP) - A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pediu nesta quarta-feira ao Equador que adote medidas cautelares a favor de três diretores e um ex-editor do jornal El Universo condenados em uma processo por difamação aberto pelo presidente Rafael Correa, segundo uma carta difundida em Quito.

Acolhendo um pedido dos acusados, a CIDH pediu ao governo do Equador que adote medidas cautelares em favor do diretor do jornal, Carlos Pérez, dos subdiretores César e Nicolás Pérez e do ex-chefe de opinião, Emilio Palacio, assinala a nota.

O organismo subordinado à Organização de Estados Americanos (OEA) indicou ter solicitado ao governo equatoriano que "suspenda de imediato os efeitos da sentença 15 de fevereiro de 2012, a fim de garantir o direito à liberdade de expressão".

Na quinta-feira passada, a Suprema Corte Nacional de Justiça (CNJ) ratificou em última instância a condenação contra Carlos Pérez, César e Nicolás Pérez.

No último sábado, Rafael Correa declarou considerar "desagradável" e disse não estar contente com o julgamento de três diretores do jornal El Universo.

"Não estou contente com isso, preferia que não tivesse havido julgamento. Vocês acham que é agradável pedir prisão para alguém? Multas? É desagradável", afirmou Correa em seu relatório semanal de tarefas, gravado na sexta-feira e divulgado no sábado.

Contudo, o presidente justificou a queixa destacando que a "culpa" é da outra parte que "mente e por sua soberba em jamais querer se ajustar, apesar do que exige a Constituição, a Convenção Interamericana de Direitos Humanos e a ética profissional básica".

Depois da decisão da CNJ, o Panamá concedeu asilo político ao diretor do matutino, que está refugiado desde quinta-feira na embaixada panamenha em Quito.