49 mortos e 600 feridos em acidente com trem argentino
A equipe de resgate dos bombeiros e do Sistema de Atenção Médica de Emergência (Same) trabalhou durante mais de quatro horas para resgatar cerca de 130 passageiros que ficaram presos entre as ferragens dos primeiros vagões. As equipes de resgate improvisaram uma sala de emergência em plena estação para organizar o transporte dos feridos. Muitos tiveram que receber primeiros socorros no próprio local.
"Há amputados, mortos, feridos no tórax, feridos graves, de tudo que vocês podem imaginar", desabafou o diretor do Sistema de Atenção Médica de Emergências (Same), Alberto Crescenti.
O representante do sindicato dos ferroviários, Rubén Sobreiro, afirmou que "ninguém sabe ao certo o que aconteceu", mas lembrou que "são de conhecimento público as denúncias que o sindicato tem feito sobre as condições dos trens: faltam investimentos em manutenção". Ele informou ainda que o trem tinha saído da oficina ontem à noite. As testemunhas relatam que o trem entrou na Estação Once, uma das principais de Buenos Aires, com velocidade acima do normal e não freou. O trem se chocou contra a barreira de proteção no final da plataforma. Os dois primeiros vagões ficaram completamente retorcidos.
O trem da companhia TBA saiu do município de Moreno, na província de Buenos Aires, com mais de 800 passageiros. O acidente ocorreu às 9h32 (de Brasília). O secretário de Transportes, Pablo Schiavi, que qualificou o acidente como "muito grave", disse que "o trem entrava na estação de Once a 26 km por hora quando, assim supomos, houve uma falha com os freios porque (o trem) se chocou a 20 km por hora". Segundo ele, um vagão invadiu seis metros o que estava à sua frente.
As autoridades argentinas consideram o acidente como o pior dos últimos 80 anos no país. Em setembro último, 11 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas em uma batida entre um ônibus e dois trens da linha Sarmiento no bairro portenho de Flores.