Senado repele lei que pune negar o genocídio armênio
Em dezembro a Assembleia Nacional, a câmara baixa do Parlamento francês, transformou em lei o projeto que criminaliza a negação do genocÃdio dos armênios pela Turquia. Mesmo após o comitê ter rechaçado o projeto, ele será debatido no Senado na próxima segunda-feira e existe a chance de que seja votado e aprovado. A oposição socialista, no passado, aprovou a criminalização da negação do genocÃdio dos armênios.
A aprovação pela Assembleia enfureceu a Turquia, que nega que tenha ocorrido um genocÃdio dos armênios durante o final do perÃodo otomano em 1915. A Turquia afirma que as vÃtimas civis armênias foram mortas durante a I Guerra Mundial (1914-1918) e que os números foram inflados. A Turquia também argumenta que milhares de civis turcos foram mortos nas brutais guerras que aconteceram na Anatólia e no Oriente Médio, durante e logo após a I Guerra Mundial.
O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, acusou a França de "genocÃdio" contra os argelinos durante a Guerra da Argélia, que aconteceu de meados dos anos 1950 até 1961. Segundo a Turquia, a França matou milhares de argelinos, até que foi forçada a dar a independência à Argélia.
Historiadores dizem que as perseguições aos armênios em 1915, que incluÃram deportações e marchas forçadas de civis armênios da Anatólia para a SÃria e o Iraque, deixaram pelo menos 1,5 milhão de pessoas mortas e configuraram o primeiro genocÃdio do século XX . Até hoje a Turquia e a Armênia não possuem relações diplomáticas normais por causa da questão. A França tem uma população de cerca de 500 mil pessoas de origem armênia, descendentes de sobreviventes do genocÃdio.
A França reconheceu formalmente o genocÃdio dos armênios em 2001, mas não prevê penalidades para quem negá-lo. O projeto de lei, se aprovado, estabelece pena de até um ano de prisão e uma multa de Â? 45 mil (US$ 59 mil) para quem negar ou "minimizar" as mortes dos armênios. A lei equipara o genocÃdio sofrido pelos armênios ao Holocausto, ou genocÃdio sofrido pelos judeus europeus nas mãos do nazi-fascismo entre 1939 e 1945.
As informações são da Associated Press.