Saleh faz discurso de despedida, mas promete voltar
Ontem, a coalizão de governo aprovou uma lei que garante a imunidade a Saleh, não apenas em relação à repressão desfechada contra os manifestantes no ano passado, como também a atos cometidos nos 33 anos em que governou o Iêmen. Um assessor de Saleh disse que um avião levou o mandatário embora de Sanaa neste domingo e viajou para Omã. O governo dos EUA não confirmou a partida de Saleh.
"Peço que vocês perdoem os meus erros do passado", teria dito o presidente no discurso, segundo a autoridade. "Hoje, deixo o país em suas mãos", acrescentou a fonte, que estava entre os presentes no encontro realizado hoje. Em novembro, Saleh assinou um acordo de transferência de poder, mas vem se recusando a entregar o cargo.
Repressão
Grupos de defesa dos direitos humanos estimam que mais de mil pessoas, a maioria opositores, foram mortas pelas forças do governo de Saleh desde que a revolta tomou conta do país árabe, em janeiro de 2011. Centenas de manifestantes, incluindo mulheres e crianças, foram mortos a tiros pela polícia e por franco-atiradores nas ruas. Saleh, que governa o país há pouco mais de três décadas, sofreu um atentado a bomba em meados do ano passado, que o forçou a buscar tratamento médico na Arábia Saudita. No acordo mediado pelo rei da Arábia, Abdullah, pelos países do Golfo Pérsico e pelos EUA, ele se comprometeu em novembro a deixar o cargo.
O vice-presidente iemenita Mansour Hadi, que passou a ocupar o cargo de mandatário, deverá liderar o país nas eleições presidenciais de 21 de fevereiro. Durante semanas, a diplomacia americana tentou encontrar um país que concordasse em receber Saleh em exílio, onde ele poderia viver pacificamente, o que facilitaria uma transição de poderes menos turbulenta no Iêmen. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.