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Oposição russa critica reformas propostas por Medvedev

19:18 | 16/01/2012
O presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, propôs nesta segunda-feira uma lei que irá restaurar as eleições diretas para governador, como parte das reformas prometidas após as enormes manifestações que tomaram conta do país após as denúncias de fraudes nas eleições parlamentares de dezembro. As propostas de Medvedev, contudo, foram criticadas pelos partidos da oposição, incluído o Partido Comunista. As eleições diretas para governador foram suprimidas em 2004 pelo mentor e antecessor de Medvedev, o atual primeiro-ministro Vladimir Putin.

O projeto de lei de Medvedev prevê que os postulantes aos cargos ainda terão suas candidaturas sujeitas a "consultas presidenciais", ou seja, terão que passar pelo crivo do Kremlin, que poderá vetá-las no caso de "perda de confiança" por corrupção ou outras violações da lei da parte do político. A legislação deverá ser aprovada pela Duma, a câmara baixa do Parlamento, onde o Partido Rússia Unida de Medvedev e Putin possui maioria.

O porta-voz do Partido Comunista, Sergei Obukhov, disse ao diário Kommersant que o projeto de lei significa o "cretinismo jurídico" do Kremlin.

Nesta segunda-feira, Putin publicou um manifesto pedindo o voto da classe média russa nas eleições presidenciais de 4 de março, enquanto critica a oposição no mesmo artigo pela suposta falta de visão a respeito do futuro do país. "A classe média é formada pelas pessoas que podem escolher" os políticos, escreveu Putin no artigo publicado no jornal Izvestia. "O nível educacional permite à classe média tomar decisões conscientes sobre os candidatos presidenciais, não 'votar com os corações'", afirmou Putin. Ele disse que em 1998, no final era Yeltsin, apenas entre 5% e 10% dos russos pertenciam à classe média e que atualmente até 30% dos russos são da classe média.

"A classe média precisa crescer para virar uma maioria na nossa sociedade. Ela precisa incluir os médicos, professores, engenheiros, os trabalhadores qualificados", escreveu Putin.

As informações são da Associated Press.

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