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Crescem pedidos para inquérito independente na Síria

17:56 | 12/01/2012
A morte de um jornalista francês durante uma viagem patrocinada pelo governo sírio deu início a novos pedidos para uma investigação independente do violento conflito no país. O governo francês, grupos de direitos humanos e a oposição exigem um inquérito sobre a morte de Gilles Jacquier enquanto ele gravava uma manifestação pró-governo na cidade de Homs, na quarta-feira.

Jacquier, que trabalhava para o canal estatal de televisão France-2 tornou-se o primeiro jornalista ocidental a ser morto durante os dez meses de levante na Síria. Ele fazia parte de um grupo de 15 jornalistas que participavam de uma viagem organizada pelo governo quando foram atingidos por várias granadas. A morte do jornalista deve se tornar um grito de guerra para os dois lados.

A oposição convocou a realização de protestos em homenagem a Jacquier nesta quinta-feira e ativistas disseram que centenas de pessoas realizaram manifestações em todo o país, sob frio e chuva, exigindo a queda do presidente Bashar Assad.

"Os jornalistas foram atacados num reduto do regime altamente militarizado. Seria extremamente difícil para qualquer oposição armada penetrar na área e lançar um ataque", disse Wissam Tarif, integrante do grupo ativista online Avaaz.

Nadim Houry, graduado pesquisador do Human Rights Watch, pediu uma investigação independente, de preferência, internacional. "O caso de ontem do assassinato do jornalista francês levanta uma série de questões como quem lançou o ataque e qual era o propósito. A resposta é que não sabemos", disse ele em entrevista realizada em Beirute, nesta quinta-feira. "Neste momento, o importante é iniciar uma investigação que tenha credibilidade."

O governador de Homs formou um comitê nesta quinta-feira para investigar o assassinato de Jacquier, informou a agência de notícias estatal. A Síria proibiu o ingresso de quase todos os jornalistas estrangeiros no país desde o início do levante, em março, e apenas recentemente começou a emitir vistos de curtos prazo para um número pequeno de repórteres, que só tem permissão para se movimentarem com o acompanhamento de integrantes do governo.

Durante o levante, vários jornalistas sírios foram mortos ou torturados quando tentavam cobrir a revolta, que se transformou num dos maiores desafios aos 40 anos da dinastia da família Assad. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que mais de 5 mil pessoas tenham morrido em episódios relacionados ao levante desde março na Síria. As informações são da Associated Press.

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