PUBLICIDADE
Notícias

Capitão do 'Condordia' ignorou ordem de voltar a bordo

08:34 | 17/01/2012

ROMA, Itália, 17 Jan 2012 (AFP) - Um telefonema gravado entre a capitania dos portos e o comandante do "Costa Concordia", que naufragou na noite de sexta-feira passada no litoral italiano, revela que Francesco Schettino se negou a voltar ao navio para liderar a evacuação dos passageiros, informa a imprensa italiana nesta terça-feira.

Exatamente à 01H46 (local), quando centenas de pessoas ainda permaneciam no navio, um oficial da capitania ordenou ao capitão Schettino que voltasse ao "Costa Corcordia": "Agora vá até a proa, suba pela escada de socorro e coordene a evacuação. Você precisa nos dizer quanta gente ainda está lá, se há crianças, mulheres, passageiros, o número exato de cada categoria".

"O que você está fazendo? Abandonou o socorro?" - pergunta o oficial. "Capitão, é uma ordem, eu estou no comando agora e você, que declarou abandono do navio, precisa ir até a proa, voltar a bordo e coordenar" a evacuação.

O oficial da capitania pergunta se "há mortos" e Schettino responde: "quantos?" O oficial se irrita e emenda: "É você que deve me dizer se há mortos. O que está fazendo? Quer ir para casa?"

"Agora você volta lá e nos diz o que podemos fazer, quantas pessoas há, quais são suas necessidades" - ordena o oficial da capitania.

Segundo testemunhas, o capitão Schettino já estava em terra antes da meia-noite, provavelmente por volta das 23H40 (local).

De fato, em um primeiro telefonema, à 00H42, o capitão diz uma frase comprometedora ao falar por telefone com a capitania: "não podemos subir a bordo por que o navio está inclinando pela popa".

"Capitão, você já abandonou o navio?" - reage o oficial da capitania, ao qual Schettino responde: "Não! É claro que não."

Segundo a imprensa italiana, a investigação da capitania do porto de Livorno revela que ocorreu um "motim" da tripulação, que decidiu pela evacuação do navio diante da falta de ação de Schettino.

O capitão afirma que jogou o navio na ilha de Giglio para salvar os passageiros, após bater em um rochedo que não constava das cartas náuticas.

TAGS