PUBLICIDADE
Notícias

Assad decreta anistia para crimes cometidos em protestos na Síria

16:37 | 15/01/2012
Não ficou claro, porém, se a anistia concedida pelo presidente sírio aplica-se aos civis que protestam contra o regime ou também aos militares. Dos 69 mil detidos desde o início dos levantes, só 32 mil foram libertados. "O presidente Assad publicou um decreto estipulando uma anistia geral para crimes cometidos durante os protestos entre 15 de março de 2011 e 15 janeiro de 2012", informou no domingo (15/01) a agência de notícias oficial síria Sana, sem entrar em mais detalhes. Não ficou claro se a anistia se aplica apenas para os civis que mantiveram protestos contra o regime autoritário de Assad durante os últimos 10 meses, e por isso foram presos, ou se também inclui membros das forças militares e policiais que mataram, até agora, mais de 5 mil pessoas, segundo estimativas da ONU. O regime de Bashar al-Assad tem sido abalado por protestos em massa sem data para terminar, apesar das ações violentas das forças do governo na tentativa de conter a revolta e dos sucessivos pedidos da comunidade internacional para acabar com o derramamento de sangue. Novo apelo Em uma visita ao Líbano no domingo, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, insistiu novamente em seu apelo para que Assad "pare de matar seu povo." "O caminho da repressão é um beco sem saída", disse Ban numa conferência em Beirute sobre transições democráticas no mundo árabe. "Desde o início das revoluções, desde a Tunísia, passando pelo Egito e mais além, eu apelei aos líderes para que ouvissem seu povo", disse Ban. "Alguns o fizeram e se beneficiaram. Outros não o fizeram e, hoje, estão colhendo tempestade", afirmou Moon. Assad declarou várias anistias desde o início dos protestos, mas grupos de oposição dizem que milhares de pessoas foram torturadas, sofreram abusos e permanecem atrás das grades. Monitoramento sem efeitos Pelo menos 69 mil pessoas foram detidas desde o início dos levantes. Destas, cerca de 32 mil dessas pessoas foram libertadas. A libertação de detentos é um dos termos de um plano de paz proposto pela Liga Árabe, que também pede o fim ao derramamento de sangue, a retirada das tropas e tanques das ruas e a abertura de um diálogo político. O Qatar, que lidera o comitê da Liga Árabe na Síria, disse que os assassinatos não pararam apesar da presença de monitores árabes enviados para o país no mês passado. China e Rússia bloquearam qualquer determinação contra a Síria dentro do Conselho de Segurança da ONU. A União Europeia, os Estados Unidos e a Liga Árabe anunciaram sanções econômicas, mas não está claro se as medidas árabes têm sido implementadas. A Liga deve receber um relatório de seus monitores na próxima quinta-feira (18/01) e decidir como a sua missão deve continuar. Desertores coordenam ações O canal de televisão árabe Al-Arabiya informou que desertores do alto escalão do Exército sírio estão dispostos a criar um conselho militar supremo para planejar operações contra o regime de Assad. O conselho irá cooperar com as forças rebeldes, conforme informou a emissora, citando um líder da oposição síria, Fahd al-Masri. O conselho, segundo a rede de TV, será anunciado na Turquia e liderado pelo general de brigada Ahmad Mostafa al-Sheikh, que recentemente desertou. A oposição síria afirma que, até o momento, cerca de 40 mil soldados muçulmanos sunitas já deixaram o Exército do país, liderado por oficiais da minoria alauíta, que sustentam o regime Assad. MD/ap/dpa/afp/rtr Revisão: Mariana Santos

TAGS