Campanha incentiva respeito às filas prioritárias nos terminais de ônibus de Fortaleza

Ação executada pela Etufor reforça o alerta sobre a importância do documento de identificação para pessoas com mobilidade reduzida não aparente

A Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) realizou, nesta quinta-feira, 12, o encerramento de mais uma edição da campanha educativa “Respeito no Transporte - Vamos juntos nesta viagem", no terminal da Parangaba, na Capital. A iniciativa tem como principal objetivo alertar os passageiros sobre a importância de respeitar as prioridades nas filas dos terminais de integração.

Aguardando a chegada de seu ônibus na fila prioritária do terminal, a auxiliar de limpeza Inês Alves, de 67 anos, conta que já presenciou diversas cenas de desrespeito ao embarque prioritário. Para ela, a campanha é importante para evitar que situações como essa aconteçam com frequência.

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“Tem muita gente que não é prioridade e vem pra cá. Não é só nessa fila não, é nos outro ônibus também. Aí é aquela confusão, principalmente no terminal do Siqueira. Já teve até briga de ir pra Polícia. Não existe isso mais não de prioridade, não existe mais o velho, nem a criança. O pessoal não respeita mais ninguém”, comenta.

Nesta edição, os organizadores também destacaram a importância de passageiros com mobilidade reduzida não aparente apresentarem o documento de identificação da condição. A medida visa assegurar a garantia do acesso ao direito e evitar constrangimentos nas filas.

De acordo com Naudilene Galvão, assistente técnica da Etufor, a apresentação do documento de identificação da mobilidade reduzida não aparente tem sido um dos maiores problemas. “Porque as outras deficiências, as outras condições, são visíveis, fica mais fácil”, explica.

O acesso às filas prioritárias é garantido pela Lei nº 14.626, de 19 de julho de 2023. O documento garante o embarque e o assento prioritário em transportes coletivos para pessoas com deficiência, idosos a partir dos 60 anos, autistas, gestantes, lactantes, pessoas com crianças de colo e pessoas obesas.

Além da entrega de folhetos explicativos, a campanha de conscientização contou com a participação de um personagem especial. O servidor público José Iram Santiago deu vida ao simpático “João Genuíno”, responsável por abordar os passageiros e conversar sobre a importância desse direito.

“A gente está orientando as pessoas que têm direito à fila prioritária a portarem a sua identificação. É muito importante, porque, a qualquer momento, elas podem ser abordadas e serem identificadas, para a gente saber quem realmente está ali. A fila prioritária é para garantir o direito dessas pessoas”.

Para ele, a caracterização facilita a aceitação da informação por parte do público. O personagem também aproveita a interação para relembrar sobre a importância da utilização dos documentos de identificação para pessoas com deficiências ocultas.

“A gente pede que estejam com o cartão. Um detalhe, no caso do autismo, é ter o cartão e o cordão. É o casamento cordão e cartão, não só o cordão. O que assegura o direito à fila prioritária é sua identificação com o cartão. É muito importante porque, até quem tá na fila comum, vai perceber que tem gente de diferentes idades que vão estar na fila; mas elas estarão lá identificadas”, ressalta o personagem.

O presidente da Etufor, Raimundo Rodrigues, explica que as ações educativas já fazem parte do calendário anual da gestão de transporte da Cidade. “Diariamente, enfrentamos dificuldades para garantia dos direitos das pessoas mais vulneráveis, e a superação dessa questão passa pela educação de nossos passageiros”, afirma.

Identificação assegura direitos e evita constrangimentos

Para facilitar o acesso desses grupos ao embarque prioritário, a Etufor implantou, no ano passado, placas de sinalização sobre atendimento prioritário em todos os terminais da Capital cearense. A medida foi uma adequação à legislação, que ampliou o direito às pessoas com deficiências ocultas. Apesar disso, os passageiros relatam que as campanhas ainda são importantes para reforçar o cumprimento desse direito.

Diagnosticada com HIV, fibromialgia e epilepsia, a autônoma Fernanda Maria de Oliveira, de 48 anos, é uma das passageiras que utilizam o cordão de girassóis durante as viagens em transportes públicos. Em 2023, o colar foi oficializado como símbolo de identificação para pessoas com deficiências ocultas.


Acostumada a utilizar os coletivos para consultas e trabalho, a vendedora conta que já vivenciou situações de constrangimento ao tentar embarcar nas filas prioritárias, mesmo utilizando os itens e documentos de identificação. Para ela, a campanha é de suma importância para conscientizar a população sobre a existência das deficiências não visíveis e evitar preconceitos.

“Ainda existe preconceito. Às vezes, a gente se sente constrangido em ir para a fila de prioridade, porque a maioria das pessoas olha com crítica, com desrespeito. Acham que a gente quer ultrapassar o direito delas, sendo que a gente também tem direito prioritário por ser deficiente. Por mais que a deficiência não seja visível, só a gente sente, só a gente sabe o que está sentindo”, explica.

 

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