Jovem cearense de 24 anos consegue medicação para tratar tumor no tórax
Sabrina Gomes, 24, espera há sete meses que o Estado forneca o medicamento. Ela fará uma cintilografia na quinta-feira, 14, e o médico deverá indicar quando as aplicações do Lutécio radioativo serão iniciadasApós sete meses, a jovem Sabrina Gomes, 24, conseguiu acesso à medicação de alto custo para iniciar o tratamento contra um tumor torácico. Sabrina foi diagnosticada com Síndrome de Cushing aos 15 anos de idade. Junto da doença, também descobriu a presença de um tumor no tórax.
Para conseguir acesso a um dos medicamentos indicados para o tratamento, de alto custo, ela precisou recorrer à Justiça para conseguir que o Governo do Ceará pague o remédio, que custa R$ 32 mil.
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O tio de Sabrina, Charles Gomes, informou que, para iniciar os preparativos para consumo da medicação, a Secretaria da Saúde a transferiu, de forma urgente, para o Instituto do Câncer do Ceará (ICC). Conforme ele, foi indicado que ela fizesse uma cintilografia na quinta-feira, 14, e o médico indicará quando as aplicações do Lutécio radioativo serão iniciadas.
Lutécio radioativo e raditerapia venosa
“De todos os tratamentos que eu fiz para o tumor, nenhum obteve sucesso. Os médicos que me acompanhavam viram que existia uma medicação que poderia funcionar, o lutécio radioativo”. A jovem explicou, em matéria publicada pelo O POVO em 30 de outubro, que o medicamento funciona como uma espécie de radioterapia intravenosa.
“Resolvi colocar na Justiça no ano passado, porque é uma medicação de alto custo e que só pode ser comprada pelo Governo. É uma medicação nuclear, fornecida pela medicina nuclear”.
Sabrina relata que o juiz aprovou a solicitação em março deste ano e que esperava uma resposta da Sesa há sete meses. “Ficou aquela coisa de como vão conseguir a medicação, onde irão comprar, se a compra é feita pelo Estado ou prefeitura”. A informação repassada a ela é de que a medicação está em processo de compra.
O POVO teve acesso ao relatório médico emitido pelo Hospital Universitário Walter Cantídio, da Universidade Federal do Ceará (HUWC). O documento destaca que a jovem tem o “diagnóstico de tumor neuroendócrino mediastinal produtor de ACTH com recidiva inoperável e expressão de receptores de somatostatina documento ao PET-DOTA”.
Ainda no documento é destacado que o “tratamento deve ser realizado com lutécio radioativo, em aplicações de 7,4 GBq a cada dois meses, por um total de quatro doses”.
Necessidade de equipe especializada
Em resposta ao O POVO, em matéria veiculada no dia 30 de outubro, o coordenador de Monitoramento, Avaliação e Controle do Sistema de Saúde da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Breno Novais, informou que o caso da jovem é específico e necessita de uma equipe especializada para o tratamento, além do radiofármaco.
Breno relata que no primeiro processo que foi aberto, “nenhuma unidade habilitada se cadastrou para execução desse serviço”. O coordenador contou que atualmente um segundo chamamento está aberto.
“Esse tipo de tratamento precisa ser feito por uma unidade específica que faz radioterapia, e prescrito por uma equipe especializada para isso. Fizemos o encaminhamento para o atendimento da paciente para um atendimento nessa unidade”.
O coordenador informou que Sabrina passou por atendimento com equipe multidisciplinar. “Foram feitos exames para uma prescrição mais segura e efetiva. A partir da prescrição com equipe especializada, seguimos para o processo de contratualização aqui na Sesa”.
“Por tratar-se de uma medicação que não consta no rol do Sistema Único de Saúde (SUS), a Secretaria está seguindo todos os trâmites legais para a contratualização segura desse tratamento que a Sabrina tanto precisa”, finaliza o coordenador.