Menos de 2% dos policiais enfrentam acusações criminais por morte nos EUA, aponta procurador
Declaração foi feita por um dos líderes da investigação e da instrução processual que levou à condenação do policial Derek Chauvin pelo assassinato de George Floyd“A probabilidade de um policial envolvido na morte de um suspeito enfrentar acusações criminais é menos de 2%, nos Estados Unidos”, aponta John Keller, procurador-geral adjunto do estado de Minnesota, nos Estados Unidos. A declaração aconteceu na manhã desta sexta-feira, 30, durante a VII Conferência Latinoamericana, onde o procurador deu uma palestra sobre "Investigação, processo e julgamento do caso George Floyd".
O evento, promovido pela Associação Internacional de Promotores (IAP), o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) e a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público Brasileiro (Conamp), foi sediado pela Escola Superior do Parlamento Cearense (Unipace), no bairro Aldeota, em Fortaleza.
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John Keller foi um dos líderes da investigação e da instrução processual que levou à condenação do policial Derek Chauvin pelo assassinato de um homem afro-americano durante uma abordagem violenta, em Minneapolis. À época, a suspeita era de que a vítima teria utilizado uma nota falsa de 20 dólares. George Perry Floyd, de 46 anos, foi estrangulado pelo policial, que ajoelhou em seu pescoço, e veio a falecer no local, em 25 de maio de 2020.
O assassinato de Floyd deu origem a uma onda de protestos contra o racismo e a violência policial nos Estados Unidos e em várias outras partes do mundo. Conforme o procurador, a situação foi responsável por uma série de mudanças legislativas e administrativas no país.
"Algumas das técnicas usadas pelos ex-policiais agora são ilegais, como o estrangulamento do joelho no pescoço, alguns tipos de treinamento estilo 'warrior' [guerreiro] para policiais também são ilegais e uma mudança importante sobre o licenciamento de policiais também mudou. Se você violar políticas e procedimentos, pode perder sua licença como policial. No passado, você precisava ser acusado ou condenado por um crime primeiro para perder sua licença", detalha.
O procurador também salienta a importância que o caso George Floyd teve para a comunidade afro-americana dos Estados Unidos. "A investigação, a acusação e a condenação foram um processo único, nunca visto antes em Minnesota", diz John.
Com informações de Gabriel Damasceno/Especial para O POVO
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