Com obra, Hospital de Messejana atende fluxo de pacientes além da capacidade
Hospital de Messejana precisou realizar a transferência de pacientes para outras unidades de saúde. Apesar disso, o Hospital permanece atendendo além da capacidade, com 55 pacientes alocados em poltronas e macasUma obra no Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM) obrigou a gestão do hospital a realizar um remanejamento de pacientes para outras unidades (Hospital Prontocardio, Hospital Estadual Leonardo da Vinci e Hospital Menino Jesus) na Capital cearense. Na terça-feira, 13, a unidade atendia 427 pacientes internados e acolhidos em leitos de enfermarias, UTIs e emergência. O local atende um número acima de sua capacidade, pois 55 desses pacientes estão alocados em poltronas e macas, ou seja, estão "extra leito".
De acordo com a administração do Hospital de Messejana, a obra na UTI Respiratória foi iniciada no dia 1° de setembro e tem previsão de ser finalizada ainda no fim deste mês. Com as transferências dos internados na unidade de saúde, o Hospital informa que o fluxo de atendimento na Unidade já está normalizado.
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Informações da administração do hospital são de que, após as ondas de casos de Covid-19, os atendimentos aumentaram cerca de 30%. Além do aumento de pacientes que necessitam de cirurgias.
O POVO esteve no entorno do Hospital de Messejana na manhã desta quarta-feira, 14, e conversou com acompanhantes e pacientes em tratamento na unidade hospitalar.
A filha de uma paciente que está internada no local — e preferiu não se identificar — conta que a mãe, de 76 anos, chegou à unidade no último domingo, 11. Ela ainda aguarda a transferência para o Hospital Prontocardio para realizar um cateterismo. “Os profissionais nos trataram bem e já fizeram alguns exames iniciais aqui mesmo no Hospital", conta.
Na ala de emergência do hospital, na entrada da rua Alberto Torres, a movimentação era baixa. Cerca de dez pessoas esperavam por atualizações dos quadros de saúde dos parentes que estavam naquele espaço.
A entrada nesta área é exclusiva para os pacientes e acompanhantes. O Hospital de Messejana é referência na área de atendimento de pacientes com problemas cardiovasculares e de pneumologia.
Ambulatório
Na área reservada aos atendimento de ambulatório de pacientes externos do Hospital, a movimentação era intensa nesta quarta-feira, 14, com pessoas esperando sentadas no chão, cadeiras e corredores do hospital.
Ao O POVO, a administração explicou que os funcionários do HM alertam aos pacientes e acompanhantes que não devem se acomodar no chão, pois há disponibilidade de cadeiras, poltronas ou macas até a realocação para um leito interno.
As pessoas ouvidas pela reportagem relataram que os atendimentos prestados no hospital são bem efetuados na maior parte das alas, apesar da lotação no local.
A irmã de uma paciente também internada - que não quis se identificar - ressalta o serviço prestado. "Todos os exames que o paciente precisa são feitos no local. Ela (a irmã) passou oito dias na emergência, depois foi encaminhada para outra ala. Atualmente, ela espera por uma cirurgia de ponte de safena”, contou.
Problemas para marcar consultas
O POVO ouviu ainda pacientes que aguardam para remarcação de consultas. Rita Silva, 65, e a amiga Maria Gonçalves, 62, vieram do município de Crateús, a 359,1 km de distância de Fortaleza, para tentar marcar um retorno médico para Rita, mas não tiveram sucesso.
“Eles disseram que a gente poderia ser atendida hoje, nem sequer marcar as consultas, porque ainda não foram abertas as marcações para este ano e para o próximo”, diz Maria.
“Nós moramos longe e as consultas não podem ser marcadas por telefone. Nem sequer temos previsão para a abertura das vagas para as consultas. A recomendação das pessoas que trabalham aqui é que a gente continue vindo para o hospital, constantemente, para ficar conferindo quando as agendas estarão abertas, para enfim conseguir marcar uma consulta, e só depois sermos atendidas. É desumano isso”, diz Rita.
Desde 2016, Rita possui um marcapasso, equipamento usado para ajustar o ritmo do coração. Atualmente, a mulher precisa de assistência para trocar a bateria do equipamento.
*Alguns fontes entrevistas para esta matéria só aceitaram falar sob situação de anonimato
*O Hospital de Messejana foi questionado, no início da tarde desta quarta-feira, 14, sobre os problemas envolvendo a marcação de consultas e retornos. Pronunciamento da unidade será incluso após da resposta do Hospital.